Sem poupar palavras, o coordenador-técnico da seleção, Mário Jorge Lobo Zagallo, desdenhou das críticas recebidas pelos jogadores do Brasil e aproveitou para atacar diretamente o craque Pelé e o ex-meia francês Michel Platini. E ainda esbanjou sinceridade ao admitir que o assédio das mulheres festas, além do excesso de compromissos profissionais extra-campo, prejudicam o atual rendimento de alguns atletas.
"O Platini deu uma cutucada em cima do Ronaldo (atacante do Real Madrid). Primeiro foi o Pelé. Outros dizem que o Cafu e o Roberto Carlos não têm condição", recordou Zagallo. "Eles caem em contradição porque estão metendo o malho. E mesmo assim apontam o Brasil como favorito? Vejam que estão nervosos. Isso já é o sistema nervoso funcionando antes da Copa, o que não vai nos abalar".
Zagallo destacou que o principal será a seleção não se incomodar com as críticas. Ressaltou a necessidade de a equipe ser persistente no objetivo de sempre apresentar acima das expectativas em cada partida realizada na Copa do Mundo, na Alemanha.
O coordenador-técnico reconheceu, no entanto, que o desempenho irregular de alguns atletas da seleção neste momento se deve a vários fatores, como o assédio feminino ou o excesso de compromissos profissionais. Mas, frisou que a "normalidade" será retomada tão logo o Brasil inicie seu período de concentração para o Mundial, no dia 22, em Weggis, na Suíça.
"Nossos jogadores vão cair dentro de uma normalidade. Eles são muito festejados em qualquer lugar. Fazem propaganda a toda hora e precisam fazer malabarismos", observou Zagallo. "Cada um está em um país. Outros se reúnem para festas, festejos pela situação financeira, pelas propagandas que realizam, tem a mulherada que cai em cima. E lá na concentração isso não vai acontecer".
Apesar das críticas ao assédio feminino, Zagallo admitiu que o contato com o sexo oposto não será extinto durante a Copa do Mundo – a exemplo do que ocorreu em outras edições do Mundial. Lembrou que durante o período de concentração os jogadores vão dormir, comer, treinar, descansar e folgar.
"Tem o dia da compra e até durante a Copa vamos dar essa liberdade para eles. Aí, cada um sai e compra o que quiser", divertiu-se Zagallo para, em seguida, encerrar a conversa com uma nova "cutucada" nos críticos. "Todos os nossos atletas estão na Europa. Se eles nos conhecem, nós também os conhecemos. A única diferença é que temos a amarelinha e eles estão nervosos à beça".
