Brasília – O ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz utilizou a influência política do cargo enquanto esteve no governo federal para negociar junto à empresa Gtech, responsável pelas loterias da Caixa Econômica Federal (CEF), a renovação do contrato com o governo. Essa é uma das principais conclusões da sindicância interna da Presidência da República que, durante um mês, investigou as atividades de Waldomiro Diniz no período em que ele esteve no governo – entre janeiro de 2003 e fevereiro de 2004.
O relatório, divulgado na tarde de hoje pelo ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, também aponta que Waldomiro Diniz cometeu outros atos de improbidade administrativa enquanto esteve no governo, como utilizar servidores públicos para fins particulares, retirar documentos de repartição pública sem autorização prévia e pedir solicitações de atendimento em um hospital de Brasília para terceiros.
Segundo a comissão de sindicância, a ex-chefe de gabinete de Waldomiro, Ana Cristina Moreira Sena, também cometeu ato de improbidade administrativa ao retirar do Palácio do Planalto e entregar à esposa do ex-subchefe cadernos em espiral utilizado pelas secretárias de Waldomiro Diniz. A atitude da funcionária, segundo a sindicância, impediu o exame dos registros durante o período das investigações.
O ministro Aldo Rebelo não quis fazer qualquer comentário sobre o teor das investigações. Ele revelou, apenas, que o relatório será encaminhado ao procurador-geral da República, à Polícia Federal, Corregedoria Geral da União, Advocacia Geral da União, Ministério da Justiça, Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Aldo Rebelo revelou que durante os trabalhos da sindicância, foram realizadas 21 reuniões e ouvidas 24 pessoas, das quais 17 são funcionários da Presidência da República.
