Waldomiro teria levantado propina de R$ 300 mil por mês, diz Soares

O ex-secretário de Segurança Nacional Luiz Eduardo Soares, fez há pouco, na CPI dos Bingos, no Senado um relato das suspeitas que disse ter contra o então presidente da Loterj Waldomiro Diniz , no governo de Anthony Garotinho, no Rio de Janeiro. Soares disse que o empresário de jogos Sérgio Canozzi chegou a lhe revelar que Waldomiro levantava propina de cerca de R$ 300 mil por mês, o que ele (Canozzi) considerava pouco.

Também conforme informou Soares, Canozzi chegou a lhe sugerir que entrasse no esquema, que geraria recursos "privados" para ele próprio (Soares), para a vice-governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), e para a campanha do PT no Rio.

O depoente disse que se surpreendeu com a afirmação e tratou de transmiti-la a outros petistas, mas que, ainda assim, Benedita – uma das pessoas por ele informadas sobre Waldomiro -, quando assumiu o governo do Rio de Janeiro por ocasião do afastamento de Garotinho, manteve Waldomiro na presidência da Loterj.

Eduardo Soares relatou ainda que, quando assumiu a Secretaria Nacional de Segurança Pública, no início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a achar que sua avaliação sobre Waldomiro estava errada, quando soube que ele havia sido alçado a um cargo importante na Casa Civil da Presidência da República.

"A informação que eu tive é que a ABIN (Agência Brasileira de Informação) havia feito uma triagem de todos os gestores do governo", disse ele. "Considerei, então, que José Dirceu, um homem inteligente, jamais levaria para trabalhar a seu lado alguém envolvido com corrupção". Soares disse que só reavaliou os fatos e viu que suas suspeitas tinham fundamento quando da divulgação da fita em que Waldomiro Diniz aparece cobrando propina do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Depois de Soares, a CPI dos Bingos vai ouvir justamente o empresário Carlos Canozzi, que havia pedido para ser ouvido por primeiro, hoje, alegando ter compromissos inadiáveis em São Paulo. Mas os senadores recusaram o pedido, por considerar que era preciso, antes dele, ouvir o depoimento de Soares.

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