O Partido da Frente Liberal (PFL), herdeiro presuntivo dos péssimos antecedentes da Aliança Renovadora Nacional, a tristemente lembrada Arena da sustentação política e parlamentar da ditadura militar, elegeu um só governador. Trata-se do ex-deputado federal José Roberto Arruda, eleito para administrar o Distrito Federal.
Contudo, acaba de sofrer golpe ainda mais sensível com a carta de desfiliação encaminhada pela senadora Roseana Sarney ao presidente nacional do partido, senador Jorge Bornhausen. Roseana antecipou-se ao processo de expulsão anunciado, por ter recebido apoio do presidente Lula na reta final do esforço para eleger-se uma vez mais governadora do Maranhão e respondido com igual contributo à reeleição de Lula.
Algo impensável à luz dos paradigmas da vulgata pefelista. Roseana, derrotada por Jackson Lago (PDT), fez o senador José Sarney, seu pai e mentor político, provar o mesmo fel servido em taça de prata ao colega baiano Antônio Carlos Magalhães, que não logrou eleger o governador nem o senador da Bahia de Todos os Santos. Gesto sobranceiro dos eleitores dos referidos estados ao acenar com o desejo de apressar o fim da dominação dos derradeiros coronéis da política nordestina.
O novo país desenhado pelas urnas está apenas começando a desbravar um caminho entulhado por desvios políticos de toda espécie. É preciso avançar sem temor.