As investigações sobre as denúncias de compra de votos, uso do chamado caixa 2 em campanhas e repasse de dinheiro não declarado a partidos políticos poderão levar o Conselho de Ética a aprovar, na próxima semana, o primeiro pedido de cassação de um deputado federal. Na segunda-feira (29), às 18h30m, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara vai se reunir para a leitura do voto do deputado Jairo Carneiro (PFL-BA) sobre o processo que pede a cassação do mandato parlamentar do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), autor das primeiras denúncias. O voto do deputado Jairo Carneiro está lacrado dentro de um cofre no Conselho e só será aberto na reunião de segunda-feira. Só após a abertura do voto é que se saberá se Carneiro propôs não a cassação de Roberto Jefferson.

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A reunião foi convocada pelo presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), para discussão e votação do pedido de cassação de Jefferson. No entanto, a decisão sobre a cassação poderá ser transferida para a manhã de quinta-feira (1º/9), caso algum parlamentar membro do Conselho peça vistas da matéria. Na reunião de segunda-feira, após a leitura do parecer, o próprio Roberto Jefferson ou seus advogados constituídos poderão fazer uso da palavra por 20 minutos, prorrogáveis, para a defesa das acusações feitas pelo Partido Liberal, na representação que pede a cassação do mandato do deputado.

O deputado Ricardo Izar disse que tão logo o Conselho decida sobre o processo contra Roberto Jefferson, ele encaminhará o parecer à Mesa Diretora da Câmara, que levará a matéria à votação no Plenário. A decisão final sobre a cassação de Jefferson será do Plenário da Casa, em votação secreta. Para Roberto Jefferson ser cassado ? e perder seus direitos políticos pelos próximos nove anos e meio (oito anos, mais o restante do mandato) ?, são necessários os votos favoráveis à cassação de pelo menos 257 deputados, metade mais um dos 513.

Enquanto as atenções da Câmara estarão mais voltadas para o processo contra Roberto Jefferson, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Compra de Votos se reúne na terça-feira (30) para tomar o depoimento do proprietário da empresa Guaranhuns, José Carlos Batista. Na quarta-feira (31), será a vez dos deputados e senadores que integram a CPMI ouvirem, em sessão aberta, os depoimentos dos presidentes dos fundos de pensão, Sérgio Ricardo Rosa (Previ), Wagner Pinheiro de Oliveira (Petros) e Guilherme Narcizo de Lacerda (Funcef). Na semana passada, a CPMI ouviu o depoimento dos três presidentes em reunião fechada. A CPMI convocou para depor na quinta-feira (1) João Cláudio Genu, ex-assessor do líder do PP na Câmara, deputado José Janene (PR).

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