Brasília – O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-MA), decidiu há pouco fazer de forma secreta a votação do relatório que recomenda a cassação do senador Ney Suassuna (PMDB-PB). No Conselho de Ética da Câmara todas as votações são abertas, ou seja, os parlamentares devem declarar o voto em público, ao contrário do que ocorrerá nesta terça-feira (28) no Conselho de Ética do Senado.
O relatório que recomenda a cassação de Suassuna foi elaborado pelo senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator do processo que investigou o envolvimento do parlamentar na compra superfaturada de ambulâncias com recursos do orçamento. Na sessão de hoje do consellho, dois votos em separado ao de Péres foram apresentados.
No primeiro deles, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) defende uma censura verbal como punição. Para Salgado, não há prova da participação do parlamentar paraibano no esquema. No outro voto em separado, os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO), Leomar Quintanilha (PCdoB-TO) e Juvêncio da Fonseca (PSDB-MS) pedem a improcendência da representação. Segundo eles, "ninguém pode ser condenado porque não previu que pessoas de sua confiança o traíram".
Os votos em separado devem ser apreciados após a votação do relatório de Jefferson Péres. O relator admitiu não haver provas de que o senador paraibano tenha recebido propina, mas questionou-o sob o aspecto ético. Um dos fatos mais relevantes, segundo Péres, seria o de uma ex-funcionária ter assinado em seu nome um pedido de liberação de recursos. Na última eleição, Suassuna não foi reeleito.
Se for aprovada perda do mandato, o parecer será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça para exame dos aspectos constitucional, legal e jurídico. Em seguida, o processo será encaminhado à Mesa Diretora para inclusão na Ordem do Dia. No plenário, a votação é secreta. Para o senador ser cassado, é necessário o voto da maioria absoluta, ou seja, pelo menos 41 senadores.
