Desde o motim dos controladores de vôos militares que paralisou todos os aeroportos do País por dez horas no último dia 30, já são duas semanas de tranqüilidade nos aeroportos.

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Em lugar de longas filas nos balcões de check-in e salas de embarque lotadas de passageiros, o que se tem visto são poucos atrasos e cancelamentos.

O "fenômeno", anormal para os últimos sete meses desde que caiu o avião da Gol matando 154 pessoas, acontece justamente quando os partidos de oposição intensificam suas articulações políticas para instalação de uma CPI na Câmara ou no Senado que investigue os motivos do "caos aéreo" no País.

Segundo os boletins da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) deste final de semana, entre meia-noite e meio-dia de domingo, por exemplo, apenas 1,4% dos vôos programados para o período sofreram atrasos superiores a uma hora. Vôos cancelados foram apenas 0,9%.

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Estavam previstos 560 vôos em todo o País nesse intervalo e apenas oito atrasaram e cinco deixaram de ser realizados.

No aeroporto mais movimentado do País, Congonhas (SP), estavam programados 75 vôos e apenas um atrasou mais de uma hora, de acordo com o relatório da Infraero. Em Brasília, estavam previstos 46, e dois saíram atrasados.

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No sábado, de zero hora até o início da noite, dos 1.503 vôos previstos, 84 tiveram atrasos de mais de uma hora e 22 foram cancelados. Ou seja, 5,6% e 1,5% do total, respectivamente. Em Congonhas, dos 241 previstos, apenas seis (ou 2,5%) sofreram atrasos. Em Curitiba, local do Cindacta-II (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego) e onde foram comuns nos últimos meses atrasos justificados pela quebra de equipamentos, dos 58 vôos previstos apenas um saiu atrasado.

No pico do "apagão aéreo" dos feriados prolongados do final do ano passado e início deste ano, os atrasos superavam facilmente os 48% dos vôos programados e, durante o motim dos controladores civis, atingiram toda a malha aérea ao longo de dois dias após o fim do movimento. Cerca de 18 mil pessoas foram prejudicadas, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).