Vôo noturno

Entre 2001 e 2005, segundo dados em poder da CPMI dos Correios, a estatal pode ter sofrido um prejuízo de R$ 64 milhões com o superfaturamento do transporte aéreo de encomendas pelas empresas Skymaster Airlines e Beta Transporte Aéreo.

Os indícios da irregularidade estão no déficit operacional crônico dessa área na empresa estatal, no superdimensionamento dos aviões e sua baixa utilização, bem como no aumento das horas voadas no destino São Paulo-Amazonas, por exemplo. Há também indícios de fraudes nas máquinas usadas por agências franqueadas pela ECT em várias regiões do País.

Para o sub-relator de contratos da CPMI, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), é evidente a existência de licitações dirigidas e pagamentos indevidos para facilitar a captação de recursos para campanhas eleitorais. Não há como afastar a hipótese do envolvimento de diretores da estatal no esquema de fraudes, concluiu Cardozo.

Em depoimento prestado à sub-relatoria de contratos, o ex-diretor de Operações da ECT, Maurício Madureira, admitiu que alguns preços cobrados por empresas responsáveis pela rede postal noturna eram ?muito altos?, afirmando que estudos de reavaliação dos custos foram realizados no início do governo Lula, sob o crivo da presidência da instituição.

Não se descarta o tráfico de influência e supostas doações para campanhas eleitorais do PT em 2002, da parte de empresas interessadas em participar das licitações abertas pelos Correios. Investigar é preciso para que as punições não tardem.

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