Crescer em escala suficiente para assegurar a tão sonhada distribuição da renda é o anseio de todos os governantes que passaram pelo Palácio do Planalto, nos últimos 25 anos, pelo menos. Nenhum teve a felicidade de ver o sonho realizado, porquanto a nação brasileira ainda se ressente desse avanço socioeconômico conquistado por muitos povos, não necessariamente superiores em apuro intelectual ou capacidade de criar soluções inteligentes para contornar desafios.
No Brasil, é legítimo admitir, ainda não se dispõe de vontade política definitiva para a resolução das diferenças sensíveis – algumas abissais – entre o reencaminhamento da carga de impostos na forma de benefícios sociais para a população e o sistema de gastos públicos.
Alguns círculos de investigação econômica têm sustentado que a tributação altamente progressiva, e esta é uma realidade incontornável no Brasil, produz distorções na oferta de trabalho e desestímulo ao processo de acumulação de capital. Quando muito, uma política bem dosada de redistribuição pode gerar algum resultado positivo em relação a famílias até então sem acesso ao crédito.
Contudo, só haverá ganhos de natureza social às famílias compensadas com acesso ao crédito quando certo número de membros tenha o benefício da promoção do crescimento mediante oportunidades educacionais. Aliás, nesse aspecto, o Brasil teria muitíssimo a aprender com a Coréia do Sul e outras economias que emergiram da estagnação, adotando um conjunto de políticas públicas direcionadas para o sistema educacional, de tal forma a garantir a formação de cidadãos preparados para atender às exigências do mercado.
Enquanto essa visão não chegar ao Brasil, como política de Estado, os gastos públicos no sistema educacional, historicamente aquém do limite fixado pela Constituição, continuarão a ser mal aplicados e os alunos privados de permanecer nas instituições educacionais o tempo necessário para o aprendizado completo, da escola infantil aos cursos médios profissionalizantes.
Uma pergunta não cala: há grupos interessados em dificultar o acesso do Brasil a um estágio educacional digno dos mais eficientes do mundo?
