Voluntária diz que soldado assassinou palestino deliberadamente

Ewa Jasiewics, uma voluntária britânica que presta serviço na Cisjordânia, afirmou hoje (23) ter testemunhado ontem um soldado israelense atirando e matando deliberadamente um adolescente palestino.

Segundo o Exército de Israel, a morte de Baha Albahsh, de 13 anos, está sendo investigada. Inicialmente, os militares afirmaram que o garoto havia ateado fogo no próprio corpo enquanto segurava uma bomba incendiária, mas um médico palestino garantiu que ele foi assassinado com um tiro no peito.

Jasiewics, de 24 anos, natural de Londres, afirmou que Albahsh a acompanhava junto a outros estrangeiros que caminhavam na cidade de Nablus para observar o comportamento das tropas de Israel com relação a jovens que desafiavam o toque de recolher para irem à escola.

Jasiewics trabalha como voluntária para o Movimento de Solidariedade Internacional, que regularmente realiza marchas de protesto contra o Exército israelense e cujos membros tentaram atuar no passado como barreira humana para defender os palestinos.

“Um tanque blindado apareceu e parou do lado esquerdo da rua”, contou a ativista. “Um soldado saiu do veículo. Eu o vi com seu rifle mirando alguns garotos na rua. Não havia ninguém lançando pedras ou qualquer tiroteio naquele momento.”

Jasiewics afirmou já ter visto, tanto na Cisjordânia como na Faixa de Gaza, vários soldados treinando sua mira em pessoas, mas sem nenhum incidente. Desta vez, segunda ela, foi diferente.

“Este soldado atirou”, disse Jasiewics. “Eu vi Baha estirado no chão, com sangue jorrando de seu peito… Vi sangue gotejando de sua boca. Então chamamos uma ambulância e o veículo chegou e o levou. Não foi acidental. O soldado decidiu matá-lo.”

Fontes militares, falando na condição de anonimato, afirmaram ontem que uma patrulha avistou crianças acendendo bombas caseiras, as quais teriam ateado fogo no corpo do menino. Não houve tiro, segundo as fontes, que acrescentaram que os soldados viram o garoto incendiado sendo levado por uma ambulância.

Um médico no Hospital Rafidia, em Nablus, afirmou que Albahsh foi morto por uma bala que penetrou seu corpo pelas costas e se instalou em seu peito.

Nablus, a maior cidade da Cisjordânia, tem estado sob constantes toques de recolher desde 21 de junho, quando Israel cercou o território para prevenir que militantes palestinos atacassem civis israelenses.

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