As vendas nos supermercados do país cresceram 5% em volume e 0,66% em faturamento, no ano passado, segundo balanço divulgado hoje (21) pela associação brasileira do setor. O presidente da Abras, João Carlos de Oliveira, informou "ao longo de 2005 os preços nos supermercados caíram um pouco mais de 2% e, como segundo motivo, os consumidores migraram de produtos mais caros para produtos mais baratos".
Em 2004, as vendas em volumes dos supermercados haviam crescido apenas 2,6%, segundo a Abras. Oliveira explica que muitos fatores contribuíram para um índice de crescimento, no faturamento, quase oito vezes inferior ao das vendas em volume: "A concorrência muito acirrada no setor, promoções permanentes para reduzir o problema de queda nas vendas, o próprio comprometimento da renda do consumidor com o aumento das tarifas públicas, que deixou menos renda para gastar nos supermercados".
Para cada produto, acrescentou, há explicações diversas. Oliveira cita as cervejas e refrigerantes entre os produtos em que houve aumento de concorrência e guerra de preços. Pesaram ainda para o menor crescimento de faturamento a queda nos preços dos alimentos e uma concorrência de preços também entre os produtos importados favorecidos pela valorização do real.
Em quantidade, segundo a Abras, as vendas foram puxadas pelos produtos industrializados perecíveis, que aumentaram sua participação em 9% e representaram 12,4% das vendas totais. Os destaques na preferência dos brasileiros nessa linha de produtos foram os salames (61,5%) frios diversos (32,6%) e sorvetes (20,7%).
O setor chamado de mercearia doce é o de maior participação na cesta total de produtos definida pela Abras, com 23,6% dos totais em volume. Os maiores crescimentos de vendas foram de bolos industrializados(23%) e creme de leite (9,1%).
