Volta aos duelos

A obrigatória reflexão propiciada a muitos pelo Dia de Finados, que a tantos nem impressiona mais, trouxe alguma calmaria ao agitado panorama da capital da República. Os dois grandes partidos da oposição – PSDB e PFL – resolveram arrefecer a onda prenunciada no final da última semana, quando começaram a falar abertamente no processo de impedimento do presidente.

A denúncia nebulosa da ?contribuição? originária de Cuba para a campanha de Lula, da qual nem a quantia certa se conseguiu saber, se US$ 1,7 milhão ou US$ 3 milhões, e a lembrança maliciosa sobre hipotética ajuda aportada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) acabaram transformadas num discurso ameno, embora a oposição continue afirmando que quer apurar tudo.

De repente, luminares do tucanato, da esquerda e do liberalismo, especialmente os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM), Luísa Helena (PSOL-AL) e o deputado ACM Neto (PFL-BA), trocaram a ênfase argumentativa do denuncismo e partiram para a bravata mais adequada a adolescentes problemáticos ou brigadores de rua.

Visivelmente amuados com os indícios de grampo em seus telefones e supostas ameaças a familiares, tanto os senadores quanto o deputado abriram mão do equilíbrio comportamental que seus cargos impõem, verbalizando a inacreditável decisão de aplicar uma surra no presidente da República, caso alguma desfeita ocorra com parentes.

A história brasileira, que teve tantos episódios marcantes de guerras e insurreições – Canudos, Contestado e até a jagunçaria de Lampião – apresta-se nesse início de século a reentrar na fase romântica dos duelos pessoais, com armas e locais escolhidos, padrinhos de ambos os contendores e um médico de plantão. Voltaremos ao estilo da capa e espada.

Isso porque seria inconcebível aceitar que parlamentares de nomeada, como são os indigitados, se aproximem à sorrelfa do presidente para desferir-lhe os trompaços anunciados.

Lula, de quem se insinuou usar coletes à prova de balas em determinados eventos (a jaqueta fechada até o peito pode ser indicativo da medida de segurança), o melhor que faz é dobrar o número de seguranças e… prover-se de um par de luvas de boxe! Recomenda-se que os seguranças sejam hábeis lutadores de capoeira, arte marcial bastante apreciada nas regiões norte e nordeste, donde procedem os referidos políticos. Nunca se sabe…

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