A reestruturação confirmada nesta sexta-feira pela direção mundial da Volkswagen não deve atingir a filial brasileira, maior fabricante de veículos no País. No fim de 2003 a montadora adotou um programa local que reduziu o quadro de funcionários em 4 mil pessoas nas duas maiores fábricas do grupo em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e em Taubaté, interior de São Paulo.
As saídas ocorreram por meio de programas de demissão voluntária acordos de transferência e aposentadorias que não tiveram as vagas repostas. "Não recebemos nenhum comunicado da matriz informando de envolvimento do Brasil nesse plano", afirmou um porta-voz da empresa.
O grupo emprega no País 23,2 mil pessoas e tem mais 3 fábricas: uma em São José dos Pinhais (PR), uma exclusiva para caminhões e ônibus, em Resende (RJ), e outra em São Carlos (SP), onde são produzidos motores. No mundo todo são 350 mil trabalhadores, metade deles na Alemanha, sede do grupo, onde um acordo com o sindicato local prevê estabilidade de emprego até 2011.
Em São Bernardo, maior unidade brasileira, um acordo de estabilidade fechado em 2001 vence em novembro. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC pretende negociar a prorrogação do acordo. Em 2004, alguns meses depois de assumir o comando da companhia, o atual presidente da Volkswagen do Brasil, Hans-Christian Maergner, disse a um jornal alemão: "Garantia de emprego não haverá mais, só sobre o meu cadáver."