Magrão não será o líder que Paulo César Carpegiani desejava ver no Campeonato Brasileiro. Por um bom motivo: ele está sendo negociado pelo Yokohama Marinos para o Feyenoord, da Holanda.

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O empréstimo do volante ao Corinthians termina no dia 30 de junho. Os japoneses acertam a venda ao clube holandês porque Magrão não quer retornar ao Japão.

‘Eu já falei várias vezes que por mim eu ficaria aqui. Só que, pelo que parece, o Corinthians vive dificuldades financeiras. O dono dos meus direitos é o Marinos, e é ele quem decide. Só digo que não volto para o Japão. Se não houver jeito, gostaria de atuar na Europa. Mas quero deixar esse assunto para depois. Agora, quero jogar como se nunca fosse sair do Corinthians’, disse Magrão, ainda na semana passada, quando a negociação entre Marinos e Feyenoord mal havia começado.

O gerente de futebol Ilton José da Costa não mostrou surpresa ao ser indagado sobre a negociação. Agiu como se a diretoria corintiana esperasse pela saída de Magrão há muito tempo.

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‘É preciso ser prático no futebol. O Magrão pertence ao clube japonês. Ele está no Corinthians por empréstimo e por um tempo determinado. Sei que um jogador com o nível dele tem mercado na Europa. Sei que a nossa diretoria iria tentar continuar com ele. Mas é uma situação difícil para qualquer clube brasileiro no momento. Envolve muito dinheiro.

O passe de Magrão está estipulado para o Corinthians em R$ 8,8 milhões – quantia inviável no atual momento do clube, que tem dívidas de R$ 72 milhões. O empresário Juan Figer, que viabilizou a transação por empréstimo, passou vergonha diante dos japoneses.

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O clube paulista pagou, até agora, só metade do R$ 1,4 milhão. O atraso é de mais de três meses. Figer está usando a sua influência para acalmar os japoneses.

Magrão foi contratado como uma exigência do presidente Alberto Dualib para a liberação de Mascherano ao West Ham. O presidente da MSI, Kia Joorabchian, teve de aceitar ou o Corinthians não liberaria o volante argentino. O mesmo procedimento valeu para a liberação de Tevez e a contratação de Amoroso.

O volante de 28 anos teve uma identificação rápida e forte com o Corinthians. O que é raro para um atleta que havia sido ídolo no Palmeiras.

‘A minha identificação foi impressionante até para mim. A maneira como esse clube consegue suas vitórias, sempre lutando, tem tudo a ver com a minha maneira de viver. Os torcedores perceberam isso imediatamente e me aceitaram desde a primeira partida’, diz Magrão, em todas as suas entrevistas.

A saída de Magrão pode ser antecipada caso o Corinthians não avance na Copa do Brasil. Seria uma forma de o clube não ter de pagar seu alto salário – economia que seria repassada para a vinda de reforços.