Para o assessor de assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, são ridículas as conjecturas levantadas pela oposição sobre o pagamento do ?dízimo? ao Partido dos Trabalhadores, por militantes obsequiados com cargos comissionados na estrutura do governo Lula.
A nova onda oposicionista se deveu ao anúncio da criação de mais 626 funções gratificadas, cujos ocupantes são de livre escolha do presidente, de ministros e parlamentares. A oposição aproveitou uma conjuntura infeliz para o governo, que ao mesmo tempo anunciou a intenção de dar aumentos ponderáveis aos ganhos desses servidores privilegiados, até de 140% em casos específicos.
Marco Aurélio, que além das funções palacianas é também vice-presidente da executiva nacional do PT, tendo assumido a presidência quando o partido viu-se aviltado pela incúria declarada de altos dirigentes, acusou o desconforto causado pela argüição utilizada pela oposição.
E adiantou, na condição de fiel dizimista, que dá seu dinheiro a quem quer, ainda mais quando se trata do partido. O arremate de Marco Aurélio foi de lídima vocação apostólica: ?Eu dou meu dinheiro para quem eu quiser, e dou alegremente o meu dinheiro ao meu partido, para que o meu partido não receba dinheiro de outras origens?.
A peroração teve, porém, uma carga razoável de prosápia, ademais de inescapável irresponsabilidade, impensada para alguém que conhece -ou deveria conhecer – o lado cinzento do estilo petista de fazer política: ?Se outros partidos têm outro tipo de financiamento, é problema deles. O financiamento do PT é feito por seus militantes?.
É de estranhar que Marco Aurélio tenha ignorado os R$ 25 milhões sacados do BMG por José Genoíno e Delúbio Soares, com o aval ?daquele carequinha mineiro?, literalmente empurrado para dentro da pocilga pelo ex-deputado Roberto Jéferson. Marco Aurélio teria esquecido, inclusive, que a inadimplência petista junto ao citado banco ultrapassou em muito os R$ 50 milhões? E sequer a instituição credora fala no assunto?
Aliás, teria sido bom esclarecer de que fonte piedosa saiu a bolada que um assessor do irmão de Genoino e dirigente do PT no Ceará escondia na cueca. Seria também parte do dízimo petista? E o R$ 1,7 milhão do dossiê Vedoin?
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