A Vivo, maior operadora de telefonia celular do Brasil, anunciou novos planos pós-pagos que, segundo a empresa, podem reduzir a conta em pelo menos 30%. O lançamento faz parte da estratégia da empresa para conter a queda de participação de mercado. No segundo trimestre deste ano, o total de assinantes da empresa caiu 5,4%, comparado aos primeiros três meses, para 28,525 milhões.
"Os novos planos devem ter impactos positivos na retenção de clientes", afirmou o presidente da Vivo, Roberto Lima. "O cliente quer uma grande cobertura, um sistema de faturamento que consiga entender e um atendimento agradável."
A Vivo, formada principalmente por empresas que pertenciam ao Sistema Telebrás e dominavam o mercado, tem recebido concorrência forte da TIM, da Claro e da Oi. O discurso da empresa é de que os novos planos vêm simplificar o sistema de faturamento.
Para explicar todas as combinações possíveis com os planos novos no entanto, a empresa precisou usar, em seu material de divulgação, uma tabela de oito linhas por oito colunas. Ou seja, sessenta e quatro caixinhas que mostram as possibilidades.
Lima preferiu não falar sobre a instalação da rede GSM, uma tecnologia européia, sobre a que a Vivo usa hoje, com o sistema americano CDMA. Apesar da performance melhor em comunicação de dados, o CDMA só é utilizado pela Vivo no Brasil e tem aparelhos mais caros, devido à escala menor de produção. A Europa só usa o GSM como tecnologia celular de segunda geração.
Existem clientes da Vivo ansiosos pela estréia do GSM. "Nossos clientes já são bem atendidos com o CDMA", disse Lima. "O GSM servirá para atender a uma parcela definida de clientes, interessados nos aparelhos mais baratos ou em roaming internacional."
Roaming é o serviço que permite usar o aparelho de uma empresa na rede de outra, quando o cliente viaja. "Quem precisa de comunicação de dados em alta velocidade, de serviços como automação de força de vendas e telemetria, continuará a ser atendido pelo CDMA.
Além da participação menor, a Vivo apresenta perdas. Entre janeiro e junho, a companhia acumulou prejuízo líquido de R$ 672 4 milhões. Roberto Lima não quis comentar resultados futuros. Números do terceiro trimestre devem sair semana que vem.
Em maio, o executivo disse ao jornal O Estado de S.Paulo que a operadora deve voltar a dar lucro nos últimos meses do ano. O problema da clonagem, sério quando Roberto Lima assumiu a Vivo, em 2005, está quase resolvido, na visão do executivo: "Os casos caíram em 90%. A clonagem já não é mais assunto discutido nos jantares entre amigos no sábado à noite." A Vivo espera terminar este mês sua reestruturação, unindo as 14 operadoras em uma só empresa.