A ex-cabeleireira Adriana Almeida, de 29 anos, viúva do milionário da Mega-Sena, René Senna, admite que mentiu e quer mudar o depoimento que deu à Polícia Civil. Um dia após o delegado Ademir Silva, que investiga o assassinato de Senna, apontar contradições na versão apresentada por Adriana, o advogado dela, Alexandre Dumans, foi ontem à delegacia e pediu oficialmente, por meio de uma petição, que ela dê outro depoimento.

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Ele admitiu que sua cliente mentiu à polícia. "São mentiras de proteção moral, para proteger o rapaz, que não têm a ver com o núcleo da investigação", declarou. As contradições apareceram após o delegado ouvir o motorista de van Robson Andrade de Oliveira, de 27 anos, apontado como amante dela.

Oliveira apresentou notas fiscais que, segundo o delegado, comprovam que ele e Adriana passaram o réveillon juntos em Angra dos Reis, no sul fluminense, e Cabo Frio e Arraial do Cabo, na Região dos Lagos. Ela havia afirmado à polícia que passou a virada de ano sozinha em Arraial do Cabo porque o marido queria ficar na fazenda de R$ 9 milhões, em Rio Bonito.

A polícia ainda investiga a hipótese de ela ter outros amantes, e por isso ter surgido a contradição. O advogado disse não acreditar que as declarações de Oliveira alterem o caso. "Eles tinham lá suas infidelidades. Isso é periférico".

Moto

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O delegado ainda vai ouvir outras testemunhas, mas praticamente descartou a possibilidade de a moto sem placa encontrada na casa de Oliveira, uma Honda roxa, ter sido usada no crime. Segundo testemunhas, Senna foi morto por um homem que estava na garupa de uma motocicleta "roxa ou preta".