Vítimas da violência no Rio propõem comissões para combater ao crime

Rio de Janeiro – A missa na Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, em memória do menino João Hélio Fernandes Vieites, morto há uma semana ao ser arrastado por cerca de sete quilômetros preso a um cinto de segurança durante um assalto ao carro em que viajava, foi acompanhada por centenas de pessoas.

Durante a cerimônia religiosa, Cleide Prado, mãe de Gabriela, outra vítima da violência na cidade, leu uma carta pedindo ao governador do estado, Sergio Cabral Filho, medidas mais duras no combate à criminalidade e sugerindo a criação de comissões autônomas populares para ajudar na fiscalização e denunciar aos órgãos estaduais, principalmente na área de segurança, irregularidades de toda ordem.  Ela também defendeu a redução da maioridade penal. ?A redução é uma medida emergencial, mas até que as políticas públicas tenham efeito, alguma coisa tem que ser feita. A população precisa estar mobilizada?, defendeu.

O governador Sérgio Cabral, que ficou por cerca de 15 minutos na cerimônia religiosa, afirmou que a criação das comissões pode ser uma medida eficaz, ?capaz de contribuir com as autoridades da área da segurança?. O governador informou que levaria a carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Cabral voltou a defender a autonomia dos estados para legislar de acordo com suas realidades, e defendeu leis mais duras para combater a violência. ?Chega de achar que Brasília vai resolver todos os problemas do Brasil, não vai. Temos que ser enfáticos na política de segurança pública. Chega de uma legislação tímida. Não é possível que depois de cumprir um terço da pena por ter cometido um crime bárbaro o criminoso saia pela porta da frente, seja recebido por um advogado e retorne para sua atividade criminosa?, afirmou.

A irmã de Jorge Hélio, Aline Fernandes, que chegou à Candelária acompanhada dos pais, Hélcio Vieites e Rosa Fernandes Vieites, também defendeu a redução da maioridade penal, mas se disse contrária à pena de morte.

?Se um menor é capaz de cometer um crime bárbaro, deve pagar por ele. Não sou a favor da pena de morte, porque isso é pouco para pessoas capazes disso. A vida não vale para eles?, afirmou.

O crime que chocou o país aconteceu na noite da última quarta-feira, quando o carro em que Jorge Hélio Fernandes viajava acompanhando da mãe e da irmã foi abordado por três homens. Mãe e filha saíram do automóvel, mas não conseguiram retirar o menino, que ficou preso pelo cinto de segurança. O carro com os assaltantes arrancou arrastando o menino por cerca de sete quilômetros pelas ruas da cidade.

Ao final da missa, os participantes saíram em passeata pela avenida Rio Branco, principal via da cidade, em direção à Assembléia Legislativa.

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