Visando a presidência do PT, Berzoini e Pont partem para o ataque

  João de Noronha / GPP
João de Noronha / GPP

Raul Pont, da Democracia Socialista, rebateu às críticas de Berzoini.

Curitiba (AE) – Os dois candidatos que disputam amanhã (9) a presidência do PT não economizaram nas palavras durante entrevistas hoje, antes do último debate, no auditório da Uniandrade, no Bairro Rebouças, em Curitiba. Até agora cordiais, partiram para o ataque. Representante do Campo Majoritário, Ricardo Berzoini, tentou dar um caráter plebiscitário à eleição, que se resumiria a uma decisão entre pró e contra o governo federal. O adversário Raul Pont, da Democracia Socialista, rebateu e disse que Berzoini sabe que isso é falso, mas tenta criar essa dicotomia.

"Quero realçar as diferenças de conteúdo", disse Berzoini. "O Raul Pont tem um discurso muito negativista em relação ao governo, a postura dele em algum momento chega a ser quase de oposição à nossa proposta e ao nosso projeto." Segundo ele, o governo merece ser defendido porque gerou empregos, criou condições para o crescimento econômico e implantou vários programas sociais. "Ele (Pont) também se apóia na crise para negar a história do partido. O PT tem história bonita de 25 anos apoiada em movimentos sindicais e sociais, na construção de alternativa popular para política partidária e que merece ser sempre defendido", acrescentou.

Ainda no aeroporto em São Paulo, Pont contestou seu oponente. "É o tipo de argumento que ele não tem usado nos debates. Quando estamos juntos não tem usado o argumento porque sabe que é falso", afirmou. Ele acentuou ter recebido documento assinado por sindicalistas, em São Paulo, que concordam com seu posicionamento. "Reafirmamos nosso apoio ao governo, mas ao mesmo tempo estamos dizendo que a política de juros, que a política de superávit primário, que a ausência de participação popular não estão de acordo com o nosso projeto", disse. "Isso não é ser contra Lula ou o governo, é simplesmente uma obrigação do partido de ser uma espécie de ouvidor."

Pont também demonstrou revolta ao ser informado da acusação de que estaria negando a história do PT. "Eu sou fundador do PT e membro do diretório nacional há 25 anos. Não tem porque o Berzoini pôr em dúvida a minha trajetória. Estou na direção há 25 anos. Já fui deputado federal e estadual, vice-prefeito, prefeito, presidente, secretário, tesoureiro do partido no Rio Grande do Sul e tenho que ouvir ainda que não tenho compromisso com a história do partido", revoltou-se. "É ridículo isso."

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