Os quatro casos suspeitos de gripe aviária em humanos na Grã-Bretanha causados pelo vírus H7N2 na semana passada são um lembrete de que a próxima pandemia da doença pode ser provocada por um vírus que não seja o temido H5N1, afirmam especialistas. Enquanto nos últimos anos a comunidade internacional da área da saúde tem voltado sua atenção para o vírus H5N1 – que matou pelo menos 186 pessoas no mundo desde 2003 – alguns especialistas alertam para a possibilidade de que a atenção esteja sendo desviada de um subtipo menos perigoso da doença, como o H7.
"Pode haver um pouco de complacência quando se trata de reconhecer o potencial pandêmico dos vírus H7", declarou Michael Perdue, especialista em gripe aviária da Organização Mundial da Saúde (OMS). Na semana passada, quatro pessoas na Grã-Bretanha aparentemente testaram positivo para o H7N2, uma variedade amena da gripe aviária, depois que 15 frangos morreram em uma pequena propriedade no País de Gales.
Autoridades da área da saúde estão atualmente investigando 36 pessoas que também podem estar infectadas, das quais 11 têm sintomas de gripe aviária ou conjuntivite. Ter tantos casos prováveis ao mesmo tempo é uma preocupação potencial. Na Ásia, onde o H5N1 circulou mais amplamente, milhões de pessoas foram expostas a milhões de pássaros infectados, resultando em cerca de uma nova infecção por semana.
Surtos
"Aqui, estamos falando sobre um pequeno número de pássaros, e ainda assim temos quatro possíveis casos", disse Perdue. "A menos que exista algo incomum sobre o contato com pássaros, isso sugere que o vírus está encontrando novas maneiras de infectar humanos.
O subtipo H7 já gerou surtos em humanos. Em um grande surto em 2003 na Holanda, 89 casos foram registrados, principalmente de conjuntivite, assim como uma morte. Também ocorreram três prováveis casos de transmissão de humano para humano envolvendo membros de uma família que trabalhava com aves. As informações são da Dow Jones.