O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (AM), reafirmou há pouco que a oposição buscará não dar quórum à sessão prevista para votar a Medida Provisória 258, que cria a Super Receita. Até agora, apenas 23 senadores registraram presença em plenário, sendo 41 o número mínimo necessário para que a discussão seja aberta e a matéria votada. "Este é o ‘Dia do Basta’. Dom Pedro I teve o `Dia do Fico` e hoje é o `Dia do Basta do Senado", afirmou Virgílio, assegurando que não há possibilidade de a oposição aceitar algum acordo de última hora para votar a MP.

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A última tentativa dos líderes governistas de negociar com a oposição passou por uma proposta de enxugar ao máximo a MP garantindo apenas a manutenção da estrutura unificada de arrecadação das receitas federal e previdenciária, remetendo para um projeto de lei os demais temas relativos à Super Receita como o quadro de carreira dos servidores e o processo de escolha do super secretário.

O problema dessa proposta é que ela exigiria que o texto assim modificado voltasse à Câmara dos Deputados para uma nova votação, mas não haveria tempo hábil para isso, visto que hoje é o último dia de validade da MP, caso não seja apreciada em caráter final pelas duas casas do Congresso.

De acordo com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o governo poderia se comprometer, se a oposição aprovasse o texto na íntegra, a vetar todos os dispositivos que não digam respeito à unificação da estrutura de arrecadação. Isso evitaria uma nova rodada de votação na Câmara, mas não existe ambiente político para viabilizar essa proposta. A oposição insiste em "dar uma lição" ao governo, que estaria recorrendo de forma exagerada a medidas provisórias. "O que não dá é para aprovar uma matéria só porque o governo está com pressa. E se está com pressa é porque não sabe administrar", afirmou Virgílio.

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