No primeiro dia de trabalho após o recesso de verão (boreal), o Parlamento do Iraque aprovou nesta terça-feira (05) a prorrogação por um mês do estado de emergência, ao mesmo tempo em que o presidente iraquiano, Jalal Talabani, afirmou que seu país estará preparado para assumir a segurança interna até o final do próximo ano.
O estado de emergência está vigente há quase dois anos e vale para todo o país, com exceção da região autônoma curda, no norte. A medida garante às forças de segurança amplas atribuições, como a capacidade de impor toques de recolher e de realizar prisões sem ordens prévias.
O estado de emergência vem sendo renovado pelo Parlamento a cada mês desde que fora imposto pela primeira vez em novembro de 2005 horas antes de tropas americanas e iraquianas lançarem uma grande ofensiva visando a expulsão de insurgentes da cidade de Faluja, a oeste de Bagdá.
Em mais um dia de violência, dois fuzileiros navais e um marinheiro americanos morreram ontem em conseqüência de "ações inimigas" na província de Anbar, informou o comando militar dos EUA. As última baixas elevaram para oito o número de soldados americanos mortos em combate desde domingo. Outros dois soldados britânicos também morreram ontem pela explosão de uma bomba plantada à beira de uma estrada na mesma região. Nas últimas duas semanas, centenas de iraquianos morreram em ataques suicidas com carro-bomba, vítimas de tiros ou ataques com morteiros.
Mesmo assim, o presidente Talabani afirmou estar otimista que a violência chegará ao fim até o final do próximo ano, e que as forças de segurança iraquianas estarão preparadas para combater os conflitos que restarem. "Não acredito que os conflitos continuarão até lá (final de 2007) se os passos para a reconciliação nacional forem em direção ao planejado", disse Talabani após uma reunião com a chanceler britânica, Margaret Beckett, que está em visita oficial ao Iraque.
O plano de reconciliação nacional, desenhado pelo primeiro-ministro Nouri al-Maliki, tenta eliminar as divisões políticas, religiosas e étnicas que vêm castigando o país por meio de uma violência diária. O plano inclui, entre outras tópicos, a oferta de anistia a membros da insurgência sunita não envolvida em atividades terroristas.
Perguntado por jornalistas se os cerca de 7.000 soldados britânicos estariam prontos para abandonar o Iraque, Talabani afirmou: "até o final de 2007". Por sua vez, Beckett ponderou que o presidente iraquiano não estava estabelecendo uma data-limite para a retirada das forças estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos. "Esta é a opinião pessoal do presidente", disse a chanceler, acrescentando que as "circunstâncias serão o juiz de tudo".