A economia brasileira não cresceu na medida esperada nos últimos oito anos, mesmo sob os efeitos bastante positivos da expansão da economia mundial. O primeiro mandato do presidente Lula se esgotou e já vimos passar meio ano do segundo, sem o cumprimento das promessas de reativação dos instrumentos capazes de fomentar o desenvolvimento.
Já não se fala absolutamente nada das pirotécnicas Parcerias Público-Privadas (PPPs), anunciadas na administração anterior como a panacéia capaz de colocar o Brasil na rota do crescimento, mediante a execução de projetos estratégicos para o aprimoramento da infra-estrutura, com o elogiável handicap de unir esforços e recursos financeiros do governo e da iniciativa privada.
Os principais obstáculos apontados pelos empresários, não obstante a repetição enfadonha das lamúrias de quem apreciaria investir para incrementar a produção, emprego e renda, permanecem inabaláveis como o rochedo de Gibraltar. Qualquer observador indicará as elevadas taxas de juros e a carga tributária como principais vilões da estagnação prolongada da economia nacional.
Nesses quesitos, o Brasil pratica índices que assomam entre os maiores do mundo, manietando, de outro lado, com o ônus pesado da burocracia e a precariedade dos marcos regulatórios, um leque de atividades empresariais bem-sucedidas em vários outros países de economia menos restritiva.
Na outra ponta da meada, o resultado pífio não podia ser diferente. Represado pelo peso do Estado, o Produto Interno Bruto (PIB) tem crescido a uma taxa média anual de 2,5%. Para o exercício atual, com o ritmo vagaroso das modificações na política de juros e nenhuma evidência de diminuição da carga tributária, o governo insiste na estimativa otimista de crescimento de 4,7%.
Para o governo, a melopéia da hora é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cujo total previsto de investimentos é de R$ 503,9 bilhões até 2010, recaindo mais uma vez a ênfase sobre as obras postergadas na infra-estrutura: rodovias, portos, saneamento básico e energia.
Apesar disso, há quem garanta que o PAC só deslancha com a queda rápida dos juros, indireta que o Banco Central finge não entender.