O prefeito Beto Richa participou na manhã deste sábado (02) do lançamento do programa "Cohab na Comunidade", realizado na Vila Terra Santa, no bairro do Tatuquara. O evento, que comemora o aniversário de Curitiba, foi o primeiro de uma série que visa promover a integração entre a Companhia e as comunidades onde são desenvolvidos projetos de atuação habitacional, fortalecendo os vínculos e criando uma parceria entre as equipes técnicas e os moradores.

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Participaram da solenidade o vice-prefeito Lucciano Ducci, a presidente da Fundação da Ação Social, Fernanda Richa, o presidente da Cohab, pastor Valdemir Soares e o administrador regional do Pinheirinho, Juliano Borgheti.

A Vila Terra Santa foi escolhida para abrigar a primeira experiência do projeto porque é uma área onde a Cohab está iniciando um projeto de intervenção, que prevê obras de urbanização, recuperação ambiental, melhoria habitacional, relocação de moradores em situação de risco e construção de equipamentos comunitários. O projeto tem financiamento do programa Habitar Brasil BID, do governo federal, com contrapartida do município de Curitiba.

Para o prefeito Beto Richa, a escolha é uma demonstração clara da prioridade para a qual está voltada sua administração. "Representamos uma gestão democrática e aberta, direcionada para a periferia da cidade, que é onde está o povo que mais precisa de governo", afirmou ele.

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"Nenhuma administração se justifica se não estiver comprometida com a redução das desigualdades sociais e nós vamos promover uma transformação na Vila Terra Santa, urbanizando a área, relocando e regularizando famílias que hoje vivem em condição precária de moradia", afirmou.

O presidente da Cohab disse aos moradores da Vila que a presença na área dos técnicos da Companhia será cada vez mais freqüente. "Nós estamos iniciando um projeto com a comunidade e queremos que ela também participe do processo de mudança. Por isso, as equipes da Cohab e os moradores serão parceiros nesta atuação", falou .

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Itinerante

O programa "Cohab na Comunidade" levou até a população da Vila Terra Santa serviços e informações num escritório itinerante que funcionou dentro de um ônibus adaptado para atendimento. Equipes das diversas áreas da Companhia permaneceram no local durante o período da manhã para atender às demandas dos moradores. Também foram montados painéis explicativos sobre o projeto de urbanização e regularização da Vila e engenheiros e arquitetos esclareciam as dúvidas das pessoas que serão beneficiadas pelas obras.

Com o apoio da Administração Regional do Pinheirinho, foram oferecidos outros serviços, nas áreas de ação social, saúde, educação e abastecimento. Funcionários destas secretarias atenderam os interessados, com informações sobre programas da Prefeitura. Houve distribuição de produtos a base de soja, pipoca e, para as crianças, foram organizadas brincadeiras, com a participação de estudantes de Educação Física, que trabalharam como voluntários.

Localizada no bairro do Tatuquara, a ocupação Terra Santa se formou numa área de 240 mil metros quadrados, de propriedade particular. Com topografia acidentada, o terreno estava cadastrado na Secretaria do Meio Ambiente como área de preservação obrigatória porque abrigava um bosque de mata nativa e nascentes de córregos. A ocupação acabou comprometendo esta condição e causando degradação ambiental.

Hoje, de acordo com cadastro realizado pelo serviço social da Cohab, moram na Vila cerca de 1,1 mil famílias, ou perto de 4 mil pessoas. O perfil da população indica baixa escolarização (52% dos moradores não completaram o primeiro grau) e baixa renda (rendimento familiar médio mensal de 1,5 salário mínimo). A maior parte dos chefes de família tem ocupações ligadas à construção civil (no caso dos homens) ou serviços domésticos (as mulheres) e trabalha no mercado informal.

O projeto de intervenção na Vila Terra Santa está orçado em R$ 15.8 milhões, dos quais R$ 10,5 milhões virão do Habitar Brasil e outros R$ 5,3 serão a contrapartida do município de Curitiba. A liberação dos recursos será feita através da Caixa Econômica Federal, que está analisando os projetos de engenharia antes de autorizar a abertura dos processos de licitações para as obras.

A proposta de intervenção na Vila Terra Santa inclui: execução de redes de água, esgoto, energia elétrica, drenagem; organização do sistema viário; pavimentação de ruas; melhoria habitacional para as famílias que serão assentadas no próprio local; construção de equipamentos comunitários (escola, Casa Comunitária, posto de saúde, creche); recuperação ambiental nas áreas de fundo de vale; recomposição do bosque de mata nativa que foi destruído pela ocupação; relocação das famílias em situação de risco; implantação de um novo loteamento e construção de casas para abrigar as cerca de 500 famílias que serão relocadas.

Para realizar a intervenção na área, a Prefeitura comprou a área dos proprietários, com a utilização do mecanismo do potencial construtivo. Instrumento semelhante – a venda de cotas de potencial construtivo – foi usado para comprar a área do loteamento, o Moradias Laguna, onde serão assentadas as famílias relocadas.