O vigia de banco José Roberto de Oliveira Ramos fez nesta quarta-feira (6) 40 pessoas reféns dentro da agência em que trabalha em Taubaté, no interior de São Paulo. O cárcere privado e as ameaças começaram por volta das 13 horas. Abalado psicologicamente, ele pegou a própria arma, forçou outros dois vigias a lhe dar os revólveres e, em posse das três armas, fechou a agência. Entre as vítimas estavam funcionários do banco Real e clientes. As pessoas que estavam no segundo andar do banco quebraram as janelas e tentaram fugir, pulando do primeiro andar. Quatro se machucaram por causa dos estilhaços e foram socorridos ao Hospital Regional.
O vigia ameaçou as vítimas, fez pelo menos dez disparos contra o teto e as paredes e por pouco não acertou clientes. Desequilibrado ele dizia que queria a presença de uma ex-noiva que não vê há pelo menos oito anos. A mulher, de prenome Diana, estaria morando na cidade de Penedo, no sul fluminense, desde 1999.
As negociações começaram quando a PM interditou o acesso ao banco e à rua Visconde do Rio Branco. Centenas de pessoas, familiares das vítimas, acompanharam tudo do lado de fora. Em alguns momentos, o vigia, irredutível, apareceu na janela com as armas apontadas para a cabeça das vítimas. Por volta das 16 horas, onze pessoas foram libertadas e outras 6 continuaram reféns. "Ele atirou em mim, mas não acertou, pegou no pilar", contou Mônica Freitas.
Uma hora depois, mais três vítimas foram libertadas e às 19h30, o vigia mantinha somente duas mulheres. Durante as negociações, o segurança pediu para falar com a imprensa pelo celular e foi atendido, tendo conversado com dois repórteres de duas emissoras de televisão do Vale do Paraíba.
"Ele quer a mulher aqui e fica fazendo declarações de amor para esta Diana, que ninguém sabe onde está", disse Sônia Soluna, repórter da TV Band Vale. A mãe, que mora em São José dos Campos foi chamada, mas não foi recebida por ele. "Não temos pressa. Se precisar, trocamos o efetivo e vamos permanecer negociando, até que ele se entregue", disse o coronel da PM Sérgio Teixeira Alves. O vigia trabalha para a empresa Estrela Azul, terceirizada do banco Real.