O vice-presidente do Banco BMG, Roberto Rigotto, reagiu à afirmação do relator da representação contra o deputado José Dirceu (PT-SP), deputado Júlio Delgado (PSB-MG), de que a instituição financeira, ao fazer empréstimos ao empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e ao PT, teria sido recompensada com o benefício da exclusividade na concessão de crédito consignado para aposentados. "Não teve exclusividade; não teve favorecimento", afirmou Rigotto. Ele assegurou que o BMG só passou a trabalhar com esse tipo de crédito depois da Caixa Econômica Federal (CEF) e que os outros bancos, principalmente os grandes, passaram longo tempo se recusando a fazê-lo, porque não se interessavam por juros baixos.

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"Hoje, sabe-se também que (os grandes bancos) não entraram porque pesquisas do Ibope e do Instituto Vox Populix com ususários de crédito consignado revelaram que 50% deles o usavam para saldar junto aos (mesmos) bancos outros tipos de dívidas, assumidas a juros altos", acrescentou Rigotto.

Segundo ele, o que houve, na verdade, é que a MP 130, de 17 de setembro de 2003, foi regulamentada de modo a conceder uma "reserva de mercado" aos bancos que pagam benefícios a segurados. Essa reserva, de acordo com o vice-presidente, durou quase um ano, mas nenhum banco aderiu ao sistema. Rigotto disse que, antes do BMG, o crédito consignado passou a ser concedido pela Caixa Econômica Federal, "por determinação do governo", e a CEF ficou atuando sozinha por cinco meses.

Ainda segundo Rigotto, o BMG só passou a trabalhar com os aposentados em setembro de 2004, porque o governo, já que os grandes bancos não aderiu ao novo sistema, promoveu nova regulamentação da lei, abrindo para todos os bancos o direito de conceder crédito consignado a aposentados. O vice-presidente disse que o BMG, "como trabalha com crédito consignado desde 1998 e é focado nesse tipo de crédito desde 2000, foi mais rápido", e só 40 dias depois entraram no sistema outros três bancos. Hoje, são mais de 40 os bancos que trabalham com crédito consignado para aposentados.

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