Rio – O vice-presidente da República, José Alencar, destacou hoje (6) a "queda significativa" na taxa básica anual de juros no país. "Em 2002, a taxa era de 25% e hoje está em 15,25%. No período ela caiu 10 pontos percentuais, mas precisa cair mais, hoje é consciência nacional que ela precisa cair mais", disse, no encerramento da convenção anual da Associação das Câmaras de Comércio Americanas da América Latina, realizada pela primeira vez no Rio de Janeiro.
Segundo Alencar, o cenário que ele idealizava para o país era de uma taxa de juros "no mínimo de um dígito real" e hoje "a média internacional é muito mais baixa e nós estamos falando em globalização da economia". Ele acrescentou que "enquanto as atividades produtivas não puderem remunerar com vantagem os custos de capital, não haverá investimentos compatíveis com a potencialidade da economia do país".
No encontro, ele propôs que reuniões desse tipo passem a contar também com representantes do setor político, "para que depois possamos também fazer um intercâmbio de informações capaz de nos levar a uma maior semelhança de tratamento do Estado em relação às atividades de produção". Alencar destacou ainda "nós não temos como pensar no bem comum sem uma economia próspera e com renda bem distribuída".
O Brasil, na opinião do vice-presidente, há muitos anos não oferece um nível salarial como o que o governo Lula propiciou aos trabalhadores. Mas ressalvou que o salário mínimo atual "é vil" e que "nós jamais podemos ter medo da concorrência chinesa em manufaturados, porque lá se pagam, em determinadas regiões, salários que giram em torno de US$ 30 a US$ 50 por mês".
Alencar reiterou que "nós desejamos custo de capital compatível com a atividade produtiva porque não há como pensar em crescimento compatível com as potencialidades de uma economia como a nossa, enquanto os custos de capital estiverem superiores a tudo aquilo que a atividade produtiva pode oferecer".