O governador do Acre, Jorge Viana (PT), entrega amanhã (21) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um manifesto no próprio nome e nos de parlamentares acreanos em defesa da candidatura dele à reeleição. "O movimento que o PT deveria fazer, espero estar dando o pontapé inicial, é de pedir, encarecidamente, para que Lula queira se recandidatar e não pressionar para que ele se decida logo, como se houvesse dúvida que ele é o melhor candidato do partido", afirmou. "Seria um prejuízo irrecuperável para o PT interromper o trabalho de Lula."

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O presidente chegaria hoje à noite ao Acre para amanhã visitar obras na ponte da Rodovia BR-317, em Assis Brasil, e, à tarde, em Senador Giomard, na inauguração de um assentamento agroflorestal. "Lula precisa de um novo mandato para desfazer erros do primeiro, como a abertura de um diálogo maior com a sociedade, em buscar aliados em outros partidos mais cedo, de ter menos burocracias e morosidades internas, de comunicar melhor suas ações de infra-esturutura e até do social", afirmou.

"Só agora, no fim deste mandato, estamos buscando alianças nacionais com o PMDB, por exemplo; isso deveria ter sido feito antes. Tolerância é ainda uma palavra muito cara para alguns setores do PT; devemos aprender mais", defendeu.

Segundo Viana, o presidente sofre por "ingratidão" de aliados e da oposição. Para o governador do Acre, os "ingratos" seriam os atuais colegas de outros Estados, que, ao receber a Operação Tapa-Buraco, criticaram a falta de manutenção das rodovias federais, sendo "injustos com o presidente e demonstrando incompetência".

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"O que eles estão fazendo com os recursos da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico)? Os recursos tinham destino certo, manutenção das estradas, o que nosso governo faz com as BRs do Acre, a 364 (Rio Branco-Cuiabá) e a 317 (Boca do Acre, no Amazonas, a Assis Brasil, no Acre) que não precisaram da operação porque estão sendo mantidas por nós", destacou. "A mesma ingratidão dos prefeitos que ficam reclamando de barriga cheia, dizendo que estão com pires nas mãos e nunca receberam tanto no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM)."

Viana, um dos aliados históricos mais fiéis a Lula, afirmou que os cerca de R$ 250 milhões que o governo federal deverá assinar em obras amanhã não se tratam de uma "deferência" a ele. Segundo o governador, 2005 será o primeiro ano em que as transferências para obras federais executadas pelo governo do Acre passarão as dos outros anos da gestão Lula. "Nos outros anos, e tenho reclamado com o presidente, os rapasses foram inferiores ao do governo Fernando Henrique Cardoso", disse. "Agora, é uma política compensatória ao governo acreano em termos de energia elétrica, já que hoje o governo federal tem de pagar transporte de gás e diesel de Rondônia e agora vai assinar convênios para linhas de transmissão e rede elétrica urbana e rural."

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"O Acre está esquecido há anos pelos governos; por exemplo, amanhã será a primeira vez na história do Estado que um ministro da Fazenda (Antonio Palocci) virá até aqui". Segundo Viana, esta será a quinta visita do presidente ao Estado – o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teria vindo três vezes.

O governador criticou ainda a oposição por chamar a o Poder Executivo federal de "assassino" por causa dos assassinatos dos prefeitos de Campinas, no interior de São Paulo Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, e de Santo André, no Grande ABC (SP), Celso Daniel, os dois casos em reinvestigação. "Nunca ninguém chamou o governo Fernando Henrique Cardoso de assassino depois de Eldorado dos Carajás", disse. "A oposição está indo além dos limites, criticando sobras em vez de atacar o essencial para acabar a corrupção no País." Para Viana, o PFL começou nas críticas de forma séria, propondo mudanças na Lei Eleitoral e depois "descambou para os absurdos"