Foi de uma exigüidade surpreendente a trégua, certamente não assinada, mantida pelo prefeito Beto Richa (PSDB) em relação à administração anterior. No final de semana, O Estado do Paraná noticiou, com base no site da Prefeitura de Curitiba, o encaminhamento de denúncia ao Ministério Público Estadual e à 3.ª Vara da Fazenda Pública e Tribunal de Contas do Estado, versando sobre má gerência orçamentária e financeira do ex-prefeito Cassio Taniguchi.

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Segundo a Prefeitura, Cassio infringiu a Lei de Responsabilidade Fiscal ao deixar restos a pagar e suspender o pagamento de precatórios no valor de R$ 14 milhões. Há poucos dias, o atual prefeito revelara a existência de dívidas calculadas em quase R$ 60 milhões, deixadas pelo antecessor.

A Procuradoria Geral do Município tem a presunção da ocorrência de ilegalidades em alguns atos praticados pela gestão recém-finda, e para evitar que as coisas permaneçam sob o véu da desconfiança, remeteu aos órgãos de competência constitucional pedido de apuração da veracidade do que ainda é tratado como indícios de irregularidades administrativas.

O prefeito Beto Richa cumpre, com rigor, rito expresso na legislação vigente, ao representar perante as citadas instâncias destinadas à fiscalização e controle dos gastos públicos, pedindo o esclarecimento de supostos atos de autoria do prefeito anterior.

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Deixando de lado a montagem de aparatoso espetáculo para a mídia, Beto valeu-se dos canais próprios do serviço municipal para comunicar à sociedade e aos contribuintes, em particular, a decisão de formular denúncia contra o ex-prefeito Cassio Taniguchi, por atitudes estranhas à responsabilidade do gestor público.

Mais do que adentrar numa polêmica interminável, o prefeito demanda os serviços especializados da estrutura legal, exercendo o legítimo direito de pleitear a apuração da verdade. 

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