O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse hoje que o veto do presidente Lula ao reajuste dos membros do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), não sinaliza uma abertura de crise, porque as relações entre as partes estão amadurecidas. Genro fez a declaração ao chegar para a Conferência do Salão Nacional dos Territórios Rurais, em Brasília. Lula vetou ontem o reajuste de 12% no salário dos 14 integrantes do CNMP e a criação de 58 cargos de confiança para o órgão.
Em rápida entrevista, Genro disse que em relação à Previdência Social, o presidente não fará nenhuma modificação sem que antes sejam tomadas medidas radicais para melhorar a gestão e reduzir o déficit. "O presidente tem dito que mesmo que haja reforma no futuro não vai prejudicar os direitos dos de baixo", afirmou Genro.
Sobre o governo de coalizão que está sendo articulado pelo presidente Lula, o ministro resumiu como uma construção política sofisticada. Segundo ele, não se forma um governo para depois ter a base no parlamento. "É o contrário. Se estabelece uma relação com os partidos, ritos programáticos, e a partir daí é que se parte para a formação do governo. Isso é mais do que um artesanato. É uma ourivesaria", disse Genro, que vai se reunir hoje à tarde com o PCdoB para preparar a reunião que o partido terá com Lula na segunda-feira, para tratar do assunto. Questionado se um integrante desse governo de coalizão poderá sofrer retaliações no caso de votar contra o governo, Genro disse que ninguém deve cotar contra a sua consciência. "Uma coalizão busca um programa mínimo que é genérico", afirmou.
