A pacificação do Iraque ainda está longe. É a conclusão do estudo divulgado ontem pela Chatam House, instituição inglesa dedicada à investigação de temas relacionados com a política internacional.
Segundo o estudo, o governo iraquiano perdeu a capacidade de controlar a violência em várias regiões do país, atualmente dominadas por grupos rivais. Em outras palavras, a situação está a um passo do caos absoluto. Não há apenas uma guerra civil no Iraque, mas várias, atesta o documento.
Nem o forte esquema de segurança mantido pelo governo dos Estados Unidos em Bagdá foi suficiente para reduzir a violência, tendo em vista que os grupos rivais transferiram a ação terrorista para fora da capital. Além disso, os vizinhos mais próximos (Arábia Saudita, Irã e Turquia) também estão interessados no recrudescimento da instabilidade iraquiana.
Um dos desdobramentos percebidos pela Chatam House é que o Iraque perca a condição de entidade unida e se veja forçado a dividir, em partes iguais, as reservas petrolíferas entre curdos e árabes sunitas e xiitas, visando à sobrevivência do país. O parlamento está examinando uma lei nesse sentido, ainda não aprovada.
Enquanto isso, os iraquianos são assolados por conflitos cruzados entre grupos sectários, étnicos e tribais com diferentes objetivos políticos e ideológicos. Apenas Bush não vê.