Vereadores querem que Sanepar permaneça com o governo

Os vereadores de Cascavel, no Oeste, e de Londrina, no Norte do Paraná, estão preocupados com a possibilidade de o grupo privado Dominó assumir definitivamente o comando da Sanepar. É o que afirmaram nesta sexta-feira os vereadores Orlando Bonilha, presidente da Câmara de Londrina, e Juarez Berpé, que preside a de Cascavel.
Segundo os parlamentares, vereadores de todos os partidos temem que haja aumento nas tarifas, caso o grupo privado assuma o controle empresa. O principal receio é que os empresários aumentem ao máximo seus lucros e, para isso, diminuam os investimentos necessários para a ampliação do fornecimento de água e na rede de coleta de esgoto de cidades, em todo o Estado.

“Estamos de acordo com a posição do prefeito Edgar Bueno, que é de não renovar o contrato de concessão com a Sanepar, caso a empresa passe a ser controlada pelo grupo Dominó. Isso porque sabemos que os empresários visam apenas o lucro fácil e rápido e não têm nenhum compromisso em aumentar o atendimento à população mais carente”, afirmou Berpé.

Outra preocupação do vereador é quanto ao cumprimento do acordo que a prefeitura vinha negociando com a direção da Sanepar para a renovação do contrato de concessão. Durante as conversas, a direção da empresa se comprometeu em investir R$ 49 milhões na ampliação da rede de água e de esgoto nos bairros carentes de Cascavel. “Estamos apreensivos. Com as mudanças ocorridas após a liminar concedida pelo Supremo Tribunal de Justiça, não sabemos se o acordo será honrado. Até porque sabemos que para aumentar os lucros os empresários só terão um caminho: aumentar a tarifa e diminuir os investimentos”, afirmou.

Londrina

O presidente da Câmara de Londrina, Orlando Bonilha, também afirma que os vereadores estão alinhados com a proposta do prefeito Nedson Micheleti de não renovar o contrato de concessão com a Sanepar se a justiça mantiver o grupo Dominó no controle da empresa. Segundo Bonilha, os vereadores já vinham discutindo o projeto “Água Nossa”, que previa a municipalização de todo o sistema de fornecimento de água e tratamento de esgoto da cidade.

“Como o prefeito estava negociando a renovação do contrato com a Sanepar, que aliás tem um histórico de bons serviços prestados à Londrina, a idéia era municipalizar apenas do gerenciamento do sistema na cidade”, explicou. “Mas, caso a Sanepar fique sob o domínio do grupo privado, vamos retomar as discussões. Não podemos admitir que água e esgoto sirvam apenas para dar lucro para empresários. Temos que pensar que se trata de um assunto de saúde pública”, concluiu.

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