Oportunidade

Vendedores lucram com galões vazios em filas por combustível

Posto Shell no Rebouças. Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A busca por combustível tem feito muita gente apelar para o improviso em Curitiba — e alguns até conseguem lucrar em meio à crise do desabastecimento. Na tarde deste sábado (26), em um dos poucos postos em que ainda havia estoque de gasolina e etanol, no bairro Água Verde, pessoas vendiam galões vazios para quem aguardava na fila.

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De acordo com o motorista de aplicativo Alisson Cunha Bastos, que estava há cerca de quatro horas na fila para abastecer, os vendedores chegaram em caminhonetes e ofereciam os recipientes a preços variados, de R$ 10 no galão de 5 litros e R$ 35 no recipiente maior, com capacidade para 20 litros. “E eles venderam tudo, não sobrou nada”, conta. “Eles aceitavam até maquininha de cartão”.

Quem aproveitou a presença dos vendedores informais foi o metalúrgico Adriano Manzano, que veio de Piraquara para tentar abastecer e trouxe um galão na bagagem para se garantir. Ao ver o pessoal vendendo mais recipientes, comprou mais dois. “Eles vieram uma vez e acabaram todos os galões. Depois voltaram com mais”, relembra. “O negócio está rendendo. Enquanto uns sofrem, outros são espertos”.

Outra situação semelhante foi relatada por funcionários de um posto do Alto da XV. Segundo eles, ao longo de toda a última sexta-feira (25), clientes compravam galões de 5 litros de água mineral na loja de conveniências apenas para usar a garrafa nas bombas.

Apesar da oportunidade, o problema é que tanto os galões de produtos químicos como as garrafas não são certificados para fazer o transporte de combustível — e, portanto, não podem ser usados para este fim. “Os vendedores passavam oferecendo. Devem ter pego do lixo. Isso é galão de produto de limpeza”, diz Manzano, que conta ainda ter visto esses vendedores rodando a região com bastante dinheiro na mão.

Certificação do Inmetro

Uma norma da Agência Nacional de Petróleo (AN) exige que os galões que transportam combustíveis sejam certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia Industrial (Inmetro).

Em Curitiba os postos só estão vendendo desta forma com recipientes regularizados. Para evitar reclamações no momento de abastecer na bomba, muitos postos estão pondo o aviso da exigência de galões certificados.

Para fazer o transporte de poucas quantidades de combustível, os recipientes devem ser devem ser rígidos – sacos plásticos, por exemplo, são proibidos. De acordo com a Lei nº 9.847/1999, os postos que descumprirem essa regra podem ser multados com valores entre R$ 20 mil e R$ 5 milhões.

https://www.tribunapr.com.br/noticias/curitiba-regiao/6o-dia-de-greve-dos-caminhoneiros-tem-reabastecimento-de-combustivel-e-falta-de-gas/

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