Curitiba está ficando famosa pela presença de espírito dos vendedores de bala em sinaleiros. Com recados engraçados nos pacotinhos, eles chamam a atenção dos motoristas para tentar melhorar a venda e garantir o sustento da família. Depois daquele que disse que precisava vender balas para sair da casa da sogra e até de um extraterrestre que veio para a Terra trazer balas e alegria, agora tem até crítica política.
Foi por esse caminho que Adriano Miller decidiu seguir. Com a frase “Não ganho três refeições por dia como o Lula. Então vendo balas” ele se destaca entre os demais vendedores na pista marginal da Linha Verde, na altura do viaduto do Tarumã. Quem sai da rodovia e desce pela pista da direita para acessar a avenida Victor Ferreira do Amaral, dá de cara com uma fila e logo com o vendedor pendurando o saquinho de balas no retrovisor.
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Com educação, ele saúda os motoristas, deixa o doce e sobe correndo a ladeira. Na volta, compramos a bala e conversamos com ele. “Desde que coloquei essa frase, as vendas quadruplicaram”, disse o orgulhoso ambulante politizado. “Às vezes a turma me xinga, mas a maioria gosta, dá risada e compra”.
Mas não pensem que as preferências políticas do próprio Adriano influenciam no seu comércio. “Tem dias que eu colocação a seguinte frase: ‘Não sou como o Temer. Preciso trabalhar'”, e dá risada.
Adriano confessou que já usou a “tática da sogra”, que é aquele recadinho que dizia que estava vendendo balas para sair da casa da sogra, mas agora, com as mensagens políticas, as vendas aumentaram mesmo.
A conversa durou menos de um minuto, afinal ele precisava fazer o recolhe das outras balas que ainda estavam penduradas em retrovisores de quem não quis o seu produto ou receber moedas e notas dos que literalmente compraram a ideia.