As vendas no comércio varejista continuam em trajetória positiva, beneficiadas pela melhor oferta de crédito e aumentos no nível de renda e no patamar de emprego – o que conduz a uma alta no poder aquisitivo da população. A avaliação é do economista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Reinaldo Silva Pereira, ao comentar a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de março.
Segundo ele, a queda de 0,10% no volume de vendas do comércio em março ante fevereiro, por ser tão próxima de zero, representa mais uma "estabilidade" do que uma retração no setor. Além disso, ele lembrou que as vendas em fevereiro ante janeiro – ou seja, no mesmo tipo de comparação – registravam queda maior de 3,91%. O economista observou ainda que, na comparação com março do ano passado, o volume de vendas registrou alta de 3,01% em março deste ano.
"Tivemos no ano de 2003 uma recuperação nas vendas do varejo, que prosseguiu (durante os anos de 2004 e 2005). No ano passado tivemos um resultado muito bom. A alta de 3,01% em março (ante março de 2005) é a 28ª elevação nesse tipo de comparação", disse Pereira.
Já o economista do IBGE, Nilo Macedo, considerou que a melhora na oferta de crédito não é um fenômeno novo e esteve presente durante todo o ano de 2005, puxando para cima as vendas do comércio. "Na minha avaliação pessoal, poderia ter ocorrido um esgotamento dessa procura por crédito, com o aumento do endividamento (da população). Mas esse esgotamento não ocorreu", disse, observando que a continuidade na queda na taxa básica de juros, nos últimos meses, contribuiu para manter atraente a oferta de crédito aos olhos do consumidor. "Houve uma série de fatores positivos que contribuíram para o comércio se manter em cenário positivo", disse Macedo.