Vendas de produtos de limpeza cresceram 3% no primeiro semestre

O setor fabricante de produtos de limpeza apresentou crescimento de 3% nas vendas do primeiro semestre de 2005 no País ante o mesmo período de 2004.

A informação foi divulgada nesta sexta-feira pela Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla), que destacou o desempenho de vendas "ligeiramente abaixo do esperado", em virtude do atual nível de renda do trabalhador brasileiro, que tem impacto direto sobre o segmento de bens não-duráveis.

De acordo com a diretora-executiva da Abipla, Maria Eugênia Proença Saldanha, a alta do preço do petróleo e de seus derivados no mercado internacional também teve impacto relevante nos custos do setor.

"As embalagens de plástico representam, em alguns casos, 70% do custo do produto. Além disso, o preço do óleo cru influenciou o aumento dos custos dos detergentes em pó e de desengordurantes, que também são muito dependentes de matérias-primas derivadas da nafta", observou, em comunicado à imprensa. "Mesmo com esses fatores, não houve recuperação das margens de lucro. O reajuste nos preços ocorreu apenas em função do aumento dos custos", ressaltou.

Outro dado relevante do setor apontado pela representante da Abipla é que, apesar da valorização do real frente ao dólar, as empresas fabricantes buscam cada vez mais matérias-primas nacionais, em substituição às importações. Mesmo com estes três fatores desfavoráveis, o setor criou 600 novas vagas de emprego no primeiro semestre, conforme informou a associação.

Entre janeiro e junho de 2005, a Abipla constatou que alguns segmentos apresentaram resultados "bastante positivos". Mereceu destaque da associação o aumento, de 15%, na receita obtida pelo segmento de água sanitária, assim como o crescimento de 18% no s egmento de blocos sanitários.

Marcas mais baratas – A Abipla informou também que, ainda em razão da renda do trabalhador, as vendas das marcas mais baratas, com menor valor agregado, cresceram mais que as das marcas líderes.

No segmento de detergentes em pó, os produtos de categoria B (mais baratos), por exemplo, apresentaram dados melhores do que os de categoria A, de marcas classificadas como "premium". As vendas de produtos de limpeza mais caros, como amaciantes e limpadores multiuso, também foram influenciadas pelo atual poder aquisitivo da população .

Para o encerramento de 2005, a Abipla projeta crescimento entre 3,5% e 4% para o Produto Interno Bruto (PIB) do setor. Apesar de uma expectativa positiva para o segundo semestre deste ano, a associação considera que a política econômica terá um peso sobre o crescimento e os planos de investimentos.

"Enquanto se mantiver a atual política econômica de juros altos, algumas empresas devem investir apenas para manutenção da produção. Isso quer dizer que não há previsão de geração de empregos até o fim do ano", comentou a diretora da Abipla, salientando que, mesmo assim, não deve haver impacto sobre o lançamento de novos produtos de limpeza.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo