As cooperativas brasileiras exportaram US$ 1,07 bilhão no primeiro semestre de 2006, faturamento que representa um aumento de 4,9% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados US$ 1,02 bilhão, segundo levantamento da Gerência de Mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). O volume exportado, no entanto, sofreu queda de 14,5%. Essa diferença deve-se, especialmente, ao aumento no preço de alguns produtos exportados, como o açúcar e o milho.
O gerente de Mercados da OCB, Evandro Ninaut, afirmou que o desempenho das cooperativas foi extraordinário. ?Com o câmbio desfavorável à exportação de diversos setores, e alguns percalços no setor agropecuário, como febre aftosa, gripe aviária e momentos de seca enfrentados durante o período de colheita da cana-de-açúcar, as vendas do setor cooperativista para o mercado externo, no primeiro semestre de 2006, superaram as expectativas.?
No primeiro semestre deste ano, as cooperativas paulistas foram as principais exportadoras, sendo responsáveis por 41,2% do total exportado entre os meses de janeiro a junho de 2006, ou seja, US$ 442 milhões. São Paulo apresentou um crescimento de 21,9% no total exportado em relação ao mesmo período de 2005, proporcionado pelo incremento da receita cambial de açúcar e álcool. O estado que apresentou o maior crescimento em relação ao ano passado foi o Rio de Janeiro: exatos 1.000%. Em 2005, registrou US$ 4,5 mil, enquanto este ano somou US$ 52 mil. Esse crescimento deveu-se às exportações de ?leite parcialmente desnatado em pó?.
Já o estado que registrou a maior queda em 2006 foi o Piauí, que exportou US$ 49 mil em ?castanha de caju, fresca ou seca sem casca? para a Itália, em 2005, e agora não registrou exportações pelas cooperativas no primeiro semestre de 2006. Segundo a Conab, o impacto negativo deve-se ao atraso na colheita que normalmente começa em julho por problemas climáticos na região.
Entre os países que mais importaram os produtos brasileiros está a China, seguido pelos Emirados Árabes, Estados Unidos e Rússia. A China importou US$ 125,8 milhões, sendo que, em 2005, o valor total exportado foi de US$ 82,7 milhões, representando um aumento de 52,27%. O principal produto exportado para china foi grão de soja triturado. Quanto ao volume, o total embarcado, em 2006, foi de 524 mil toneladas, aumento de 57,2% em relação ao volume exportado de 333 mil toneladas em 2005.
A queda no consumo mundial de carne de frango causada pelos focos de gripe aviária repercutiu no mercado cooperativista. As exportações diminuíram tanto em volume (queda de 31%) quanto em faturamento (queda de 45%). Foram exportadas 11,5 mil toneladas, obtendo receita cambial de US$ 8,78 milhões.
A técnica da Gerência de Mercados, Patrícia Medeiros, informou que 3 novas cooperativas passaram exportar neste primeiro semestre do ano, saindo de 137 para 140. Patrícia ainda disse: ?dentro dos parâmetros que estamos apurando, o fechamento de 2006 deve ficar em 10,6% superior em relação ao ano passado, gerando US$ 2,491 bilhões em divisas, contra US$ 2,253 do ano de 2005?.