Vendas de carne do Brasil podem aumentar, avalia AEB

Rio – O foco de aftosa encontrado na Argentina vai favorecer as exportações de carne brasileira. O quadro foi traçado pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A entidade avalia que a redução a oferta argentina deverá aumentar a cotação internacional do produto e o Brasil acabará ganhando mercado que era do país vizinho, apesar de a imagem do setor na América Latina sair arranhada do episódio.

O vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, explica que o equilíbrio entre oferta e demanda no setor é "frágil" e não há alternativas de fornecedores do produto no mundo. Nesse quadro, com o problema enfrentado pela Argentina os preços deverão subir.

Castro cita que os Estados Unidos e Canadá enfrentam problemas causados pelo mal da vaca louca e a Austrália sofreu com o período de seca. "Por falta de opção vai haver um reflexo econômico positivo", diz Castro. Além do aumento previsto de valores, os volumes exportados do Brasil também deverão crescer.

Ele diz que a própria Argentina havia perdido espaço no mercado internacional no início da década e os produtores brasileiros podem recuperar os mercados que o país vizinho vinha conquistando nos últimos anos. Ele argumenta, ainda, que o prejuízo da aftosa para o Brasil, a partir de outubro, acabou sendo menor do que o imaginado justamente pela falta de fornecedores globais.

Dano de imagem 

Apesar do impacto econômico positivo, Castro alerta que a crise da aftosa no Brasil e agora na Argentina acaba afetando o continente frente aos exportadores, que podem passar a fazer exigências adicionais para comprar o produto da região. "Se os dois principais países da região, que estão entre os maiores exportadores do produto no mundo, têm aftosa, infelizmente isso afeta negativamente imagem dos países da região como fornecedores mundiais", comentou.

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