A indústria vendeu 2,64% a mais em março, comparado com o mesmo mês do ano passado. Na comparação com o mês anterior, a alta foi de 0,86% a mais em março, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O resultado foi igualmente positivo no acumulado do primeiro trimestre de 2006, com crescimento de 2,15% frente aos primeiros três meses de 2005.

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Na avaliação do gerente-executivo da unidade de Política econômica da CNI, Flávio castelo Branco, o aquecimento é resultado da queda da taxa básica de juros no últimos meses. "Claramente a demanda vem, com mais vigor, do setor doméstico da economia, ou seja, do consumo das famílias e empresas por conta da queda de juros e da manutenção de renda", afirma.

Segundo ele, os benefícios sociais também impulsionaram as vendas da indústria. "Aumentam a renda, principalmente nos grupos mais baixos, com reflexo nos bens de mais baixo valor, como alimentação, produtos de higiene", explica.

Os indicadores industriais da CNI também apontam uma recuperação nos níveis de emprego nos primeiros meses de 2006. Em março, o emprego industrial cresceu pelo segundo mês consecutivo – 0,27%, em relação a fevereiro, já considerado o ajuste sazonal. Fevereiro havia registrado alta de emprego de 0,42%, na comparação com janeiro. De janeiro a março, o contingente de trabalhadores na indústria de transformação subiu 0,17% em relação ao trimestre anterior e 0,85% frente ao mesmo período de 2005.

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Apesar dos números positivos, houve recuo no número de horas trabalhadas no mês de março. A queda foi de 0,70% em relação a fevereiro. A redução foi de 0,19% no trimestre, comparativamente ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2005). O indicador acumula queda há três trimestres consecutivos.

Com relação à utilização da capacidade instalada, a indústria operou, operou com 82,1% da em março de 2006 – menor taxa para um mês de março desde 2003, mas número próximo à média histórica dos úlimos 5 anos, que foi de 81,7%. Com ajuste sazonal, o índice de utilização da capacidade instalada foi de 81,1%.

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Segundo Flávio Castelo Branco, os números sugerem que o reaquecimento da demanda, neste primeiro momento, está se refletindo na redução do nível de estoques. Ele acredita que, ao longo do ano, os indicadores devem se refletir em crescimento efetivo da indústria

"O conjunto de informações ? queda de estoques, aumento de emprego e o processo de redução da taxa de juros – sugerem e apontam que o desempenho da indústria no segundo semestre do ano deve ser consistentemente mais positivo que nos últimos meses", avalia. "Nós esperamos um 2006 melhor que 2005, não só na indústria, mas na economia como um todo. A taxa de crescimento do PIB deve ficar por volta de 3,7%, bem superior aos 2,3 % de crescimento em 2005", prevê.