A rejeição dos europeus aos produtos geneticamente modificados continua prejudicando as exportações norte-americanas de soja transgênica. As vendas de soja dos Estados Unidos para a Europa registraram queda de 48,20% neste ano, segundo informa o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Enquanto no ano passado, de janeiro a maio, foram exportadas 2,012 milhões de toneladas, neste ano, no mesmo período, foram embarcadas apenas 1,042 milhão de toneladas para o continente europeu.
As exportações para o mercado mundial da soja transgênica dos EUA também estão em baixa, com queda de 10,46% neste ano. O volume embarcado nos cinco primeiros meses de 2006 é de 11,120 milhões de toneladas, contra exportações de 12,419 milhões de toneladas em 2005.
A redução progressiva das vendas dos EUA de soja transgênica para o mercado europeu preocupa a American Soybean Association (ASA), que reúne 25 mil produtores norte-americanos de soja. A associação revela que, desde que a União Européia adotou medidas restritivas a produtos geneticamente modificados, as exportações norte-americanas despencaram de US$ 4,2 bilhões em 1996 para apenas US$ 1,6 bilhão em 2004.
Valdir Izidoro Silveira, presidente da Claspar, afirma que ?os números, divulgados pelos Estados Unidos, servem para comprovar que é correta a posição do governo do Paraná em defender a produção de soja convencional e, mais acertada ainda, a decisão de garantir ao Porto de Paranaguá condições operacionais para dar prioridade aos embarques do grão convencional, segregando o produto transgênico. Esta estratégia garante para a produção de soja convencional paranaense a ampliação das vendas para o mercado europeu, que está banindo a soja transgênica norte-americana?.
Ele destaca também que ?as populações européias não querem consumir alimentos processados com produtos geneticamente modificados, o que leva a redução das vendas da soja transgênica não só para o continente europeu, mas para grande parte dos países. Tanto é que 40% das exportações da soja transgênica dos EUA têm como destino a China, que não a utiliza para a alimentação humana?.