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Veja os sintomas e as formas de prevenção contra a mpox

A mpox é uma doença viral transmitida por contato direto com lesões ou superfícies contaminadas (Imagem: QINQIE99 | Shutterstock)

O Brasil registrou, de janeiro até a primeira semana de setembro de 2024, 1.015 casos confirmados ou prováveis de mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos), segundo o mais recente informe semanal do Ministério da Saúde. O número já supera os 853 contabilizados ao longo de todo o ano passado, evidenciando uma crescente disseminação da doença. Além dos casos confirmados, o país ainda investiga 426 notificações suspeitas, o que mantém as autoridades de saúde em alerta.

A mpox não é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) formalmente, mas pode ser transmitida em contextos de contato sexual. “A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto com as lesões da pele, fluídos corporais ou superfícies contaminadas. Isso pode incluir relações sexuais, mas a transmissão também pode acontecer por contato não sexual, como o compartilhamento de objetos pessoais”, explica a Dra. Stefânia Bazanelli Prebianchi, infectologista do Centro de Excelência em Medicina (CEM), de São Paulo.

Esse detalhe é importante porque a mpox tem sido observada em algumas populações em que a proximidade física, inclusive em interações sexuais, favorece a disseminação. “Embora não seja uma IST, o fato de a mpox ser transmitida por contato próximo explica sua relação com situações de intimidade física”, completa a especialista.

Sintomas da mpox

Conforme explica a médica, antes de as lesões de pele aparecerem, o indivíduo pode ter sintomas inespecíficos como febre, calafrios, dores no corpo, indisposição, dor de cabeça e de garganta. “Quando as lesões cutâneas aparecem, elas podem se parecer com uma espinha/úlcera em diversas partes do corpo (e não só em áreas de genitais) e, após alguns dias/semanas, evoluir para crostas”, afirma.

Segundo a Dra. Stefânia Bazanelli Prebianchi, a maioria dos casos da doença não é grave, mas requer atenção devido ao risco de complicações em grupos mais vulneráveis.

visão microscópica da mpox
Homens de 18 a 39 anos são os mais afetados pela mpox, mas há preocupações com infecções em crianças (Imagem: Naeblys | Shutterstock)

Faixa etária e regiões mais afetadas

A faixa etária mais afetada continua sendo a de homens entre 18 e 39 anos, que representam mais de 70% dos casos confirmados. No entanto, o Ministério da Saúde alerta que há registros de infecção em crianças de 0 a 4 anos, um fator que aumenta a preocupação das autoridades quanto à vigilância e medidas preventivas em espaços públicos e familiares.

A região Sudeste do país é a mais impactada, com 80,9% dos casos confirmados. Só o estado de São Paulo contabiliza 533 casos, seguido pelo Rio de Janeiro, com 224, e Minas Gerais, com 56. A concentração dos casos nessas áreas reflete, em parte, a maior densidade populacional e a facilidade de disseminação em grandes centros urbanos.

Apesar do aumento expressivo de casos, o Ministério da Saúde afirmou que, até o momento, não houve mortes pela doença em 2024. “A boa notícia é que o manejo da mpox tem sido eficaz na maioria dos casos, com poucos pacientes necessitando de internação. No entanto, continuamos atentos, principalmente para tomarmos medidas que possam evitar a propagação da doença”, explica a Dra. Stefânia Bazanelli Prebianchi.

Prevenção contra a mpox

A prevenção continua sendo a melhor estratégia para conter o avanço da virose. “Isolar as pessoas com caso confirmado da infecção, evitar o contato com lesões de pele, utilizar proteção como máscaras e luvas em ambientes hospitalares, lavar bem as mãos e, assim que as vacinas estiverem disponíveis, vacinar a população contra a mpox. Além disso, a rápida identificação dos casos é crucial para evitar surtos e, por isso, a população deve estar muito bem-informada e procurar atendimento precocemente se qualquer sinal ou sintoma da doença [aparecer]”, completa.

Embora ainda não tenha sido detectada no Brasil a nova variante do vírus (1b), identificada na República Democrática do Congo, as autoridades mantêm a vigilância epidemiológica para qualquer mutação que possa impactar a transmissão ou a gravidade da doença.

A comunidade médica e os órgãos de saúde pública seguem mobilizados, e recomenda-se que, ao surgirem sintomas, as pessoas procurem atendimento médico imediato para o diagnóstico e tratamento adequados.

Por Annete Morhy

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