O empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam e chefe da máfia dos sanguessugas, piorou a situação dos senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES). Em depoimento à CPI dos Sanguessugas, na sexta-feira, a cuja transcrição o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, Vedoin deu detalhes da vinculação dos parlamentares com o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas para prefeituras.

continua após a publicidade

Além de confirmar ter pago R$ 35 mil de "comissão" para o genro da senadora, Paulo Roberto, o empresário sugeriu que a CPI quebrasse o sigilo bancário de um sobrinho da petista que tem cargo no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Mato Grosso. "Seria simples quebrar o sigilo bancário do sobrinho dela. Não precisaríamos brigar tanto, ela ofender, xingar. Me chama de bandido, corrupto… É tão simples! Outra coisa, tem muitas coisas lá no Incra que ele faz. Quebra o sigilo bancário que o senhor vai ver", recomendou Vedoin ao senador Romeu Tuma (PFL-SP).

Vedoin contou que o genro de Serys pediu-lhe o pagamento de uma dívida da senadora de R$ 35 mil. Em seguida, teria garantido R$ 1 milhão do Orçamento da União para que municípios comprassem ambulâncias. "Foi acordado e colocaram R$ 700 mil. O pagamento dos R$ 35 mil foi feito na minha sala e em dinheiro.

Sobre um carro emprestado a Malta, Vedoin contou que o empréstimo só ocorreu porque ele se comprometeu a incluir emendas no orçamento para beneficiar a Planam.

continua após a publicidade

No caso de Suassuna, ele disse que o assessor Marcelo Cardoso Carvalho, acusado de receber R$ 270 mil em propina, falava em nome do senador. O suposto acordo previa a liberação de R$ 3 milhões do Ministério da Saúde.