O Vaticano anunciou nesta segunda-feira (12) que a Santa Sé e as autoridades do Vietnã negociam o restabelecimento de relações diplomáticas, rompidas desde meados dos anos 1970. Uma delegação oficial da Igreja, encabeçada pelo monsenhor Pietro Parolin, visitou o Vietnã entre 5 e 11 de março para tratar sobre a "normalização das relações", informa nota oficial. A viagem, desdobramento de um encontro histórico entre o papa Bento XVI e o primeiro-ministro vietnamita, Nguyen Tan Dung, em 25 de janeiro, é a primeira desde maio de 2004.
A reunião ocorreu uma semana depois da abertura de novo processo no Vietnã contra um padre, acusado de "propaganda contra a república socialista". O sacerdote já esteve preso inúmeras vezes e sua última condenação, em 2000, foi de 15 anos de reclusão mais 5 de prisão domiciliar por "sabotagem contra o regime". A comunidade católica do Vietnã é a segunda maior do sudeste asiático, atrás das Filipinas, com 6 milhões de fiéis, o equivalente a 7% da população.
Rússia
O papa Bento XVI receberá amanhã no Vaticano pela primeira vez o presidente russo, Vladimir Putin. O clima entre a Santa Sé e a Rússia é de distensão, uma vez que as relações entre a Igreja Ortodoxa Russa e a Igreja Católica têm melhorado nos últimos anos. Por cortesia, Putin avisou que vai falar com Bento XVI em alemão, idioma que domina desde os tempos em que serviu como agente do serviço secreto soviético na Alemanha Oriental.
Putin foi recebido por João Paulo II duas vezes, em 2000 e em 2003, mas foi um dos poucos chefes de Estado que não presenciaram o funeral do antecessor de Bento XVI, considerado artífice destacado da queda do comunismo. O Patriarcado Ortodoxo de Moscou esclareceu, no entanto, que o encontro "não terá um caráter inter-confessional", uma vez que Putin "não é mediador junto à Igreja Católica".