Além de ter sido apresentado tardiamente, o pedido da Varig para suspensão temporária de vôos foi recusado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por falta de depósito prévio de recursos nas câmaras de compensação aérea doméstica e internacional, explicou o diretor-presidente da Anac, Milton Zuanazzi. O depósito permitiria o endosso de seus bilhetes em vôos das concorrentes, explicou o dirigente. "Permitir uma emergência sem recurso para endossar bilhetes é deixar o usuário no aeroporto", apontou.

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Zuanazzi também criticou a decisão da Varig ao buscar a suspensão de vôos. "Não podemos aceitar que em uma hora de emergência você fique pensando em business", afirmou. "Temos que pensar no usuário", completou. O dirigente criticou ainda o fato de a empresa ter solicitado a permanência apenas da ponte-aérea Rio-São Paulo, onde não há problema de oferta de vôos. "Mesmo que eu tenha uma aeronave, vamos voar onde há necessidade", recomendou.

Ao recordar a evolução dos problemas na Varig, Zuanazzi lembrou que 54 aeronaves deixaram de voar no período de quatro meses. Apesar de admitir transtornos aos usuários, ele elogiou o esforço feito pela Anac, Varig e companhias concorrentes para superar os problemas decorrentes da crise. "Os transtornos foram poucos, para quem entende de aviação", comparou. "As empresas brasileiras congêneres estão sendo criticadas, mas têm sido parceiras em um momento de crise bastante agudo", afirmou.

Apenas na Alemanha, país que sediu a Copa do Mundo de futebol, foram transportados 30 mil passageiros da Varig, lembrou ele. A emergência da companhia se agravou nos últimos dias, mas mesmo assim Zuanazzi avaliou que foi possível operar "com alta margem de sucesso", diante da situação.

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