Variação internacional será repassada a preços, esclarede Petrobras

Rio – A Petrobras divulgou hoje (13) nota reafirmando sua política de preços dos combustíveis, que prevê o acompanhamento das cotações internacionais do petróleo. Em longo texto assinado pela área de relações com investidores, a companhia diz que "confirma" as declarações de seu presidente, José Sérgio Gabrielli – que disse ontem que a auto-suficiência vai garantir maior independência de preços -, mas reforça que "continuará a repassar os preços internacionais ao mercado interno no médio prazo".

"Essa política é de acompanhar no médio prazo os preços internacionais em função dos fundamentos de oferta e demanda, evitando-se trazer para o mercado interno eventual volatilidade causada por fenômenos climáticos, ameaças políticas ou outros eventos de natureza temporária e localizada", explica a nota. Este ano, apesar de o petróleo ter chegado perto dos US$ 70 por barril, a estatal reajustou apenas uma vez os preços da gasolina e do diesel, em setembro, em 10% e 12%, respectivamente.

Hoje, com a queda das cotações internacionais, já existem analistas apontando espaço para redução nos preços internos. No entanto, é consenso que a estatal vai esperar um pouco antes de tomar qualquer medida, como confirmou Gabrielli em entrevista ontem. Na ocasião, ele chegou a reafirmar a política de preços, para depois dizer que a auto-suficiência, que será atingida em 2006, permitiria um descolamento do mercado internacional.

Na nota de hoje, a empresa esclarece que a auto-suficiência vai garantir "vantagens competitivas", como maior flexibilidade na compra e venda de petróleo e derivados no exterior. "Essas vantagens competitivas não existiam quando a companhia necessitava adquirir, com pontualidade, no mercado externo, petróleo e produtos refinados inteiramente à mercê dos caprichos do mercado internacional", diz o texto.

De qualquer forma, a nota admite que a auto-suficiência exigirá uma "inversão de ponto de vista de comparação de preços" pois a Petrobras terá de focar mais na competição com combustíveis internos, como o álcool, do que em evitar importações por petroleiras concorrentes. Isso significa que, no cálculo do preço final, o conceito de "paridade de exportação", que considera o custo de produção menos o custo de transporte, vai prevalecer sobre a "paridade de importação" – custo mais o frete pago para trazer os produtos ao País.

Gás natural

A estatal pretende alterar a política de reajustes do gás natural, com o objetivo de reduzir o repasse das oscilações do preço internacional do petróleo. O preço do gás boliviano é reajustado a cada três meses, segundo uma fórmula que considera uma cesta de produtos cotados no exterior e a inflação norte-americana. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), a idéia é diluir o repasse de janeiro nos reajustes seguintes. O preço do gás ficou congelado no País desde 2003 e só voltou a sofrer reajustes em setembro.

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