A equipe de maratonistas do Brasil fará nesta quarta-feira o reconhecimento do percurso da prova de 42km195m, sábado, a partir das 8h20 (horário de Brasília), largando do Mercado Antigo (Eteläsatama) e chegando no Estádio Olímpico de Helsinque. Mas Vanderlei Cordeiro de Lima não estará com o grupo.
O fundista desembarcará amanhã em Helsinque, juntamente com André Luiz Ramos – vêm da Colômbia, via Paris (FRA). Os fundistas passaram cinco semanas treinando para a prova na altitude de Paipa. Vanderlei, que completará 36 anos nesta quinta-feira, é o único dentre os cinco fundistas do Brasil, veterano em Mundial.
Desde 1997, em Atenas, a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) faz duas competições em uma, o Mundial e a Copa do Mundo de Maratona. Assim, além dos campeões mundiais individuais, a prova premiará as melhores seleções – somados os tempos dos três primeiros classificados de cada país, o time com a melhor marca será o campeão.
"Acho bom esse sistema de disputa simultânea, é uma motivação a mais. E cada país pode ter até cinco atletas na maratona, não apenas três como nas outras provas do atletismo." O Brasil foi medalha de bronze da Copa do Mundo, em 1997, e o técnico Ricardo D’Angelo acha que a equipe poderá ir ao pódio novamente, medindo forças com Quênia, Japão, Itália e Espanha. Os outros maratonistas que estão em Helsinque são: Clodoaldo da Silva, Marílson Gomes dos Santos, André Luiz Ramos e Sérgio Vieira Galdino, equipe tão competitiva ou melhor que a de 1997, segundo Ricardo.
Vanderlei, que ganhou a medalha de bronze olímpica mesmo tendo sido empurrado pelo ex-padre irlandês, Cornelius Horan, quando liderava a corrida, definiu como meta ficar entre os dez primeiros no Mundial.
Stefano Baldini, campeão olímpico em Atenas – disse que venceria Vanderlei de qualquer forma em Atenas, tivesse ou não sido empurrado -, também estará na maratona do Mundial e ajudando a Itália na disputa da Copa do Mundo.
Vencer ou melhorar o seu tempo (a melhor marca da carreira, de 2h08min31, é de 1998) não são citados como objetivos por Vanderlei.
"Fez algumas provas após a Olimpíada e, na principal delas, a Maratona de Lake Biwa (em abril), passou mal", observa Ricardo, dizendo que o fundista correu dois bons 10 km, com 29min40, no Brasil, e 29min22, nos EUA, mas sentiu falta de ritmo na Meia Maratona de Sapporo (JAP), terminando em 1h04min10 – esperava ser mais rápido. Ricardo incrementou o treino de Paipa, incluindo elementos de força e resistência específica para que Vanderlei mantenha a velocidade de competição. "Em Sapporo, por exemplo, ele teve dificuldades para manter o ritmo", comentou.
Ricardo aposta numa maratona bem rápida em Helsinque, especialmente na primeira parte, até que o japonês Toshinari Takaoka resolva deixar o pelotão para ganhar. "É o meu palpite."