Vampeta está assustado. O volante de 33 anos, seis quilos acima do peso e há nove meses sem atuar profissionalmente, acreditava que seu passado vitorioso e suas provocações espirituosas aos rivais seriam suficientes para ele conseguir um lugar no jovem elenco do Corinthians. Mas ele descobriu que vai ter de ralar muito, dedicar-se como um jogador em início de carreira e – talvez o mais difícil – dar um tempo na boemia.
Para piorar, o bom momento que atravessa o Corinthians, com atuação destacada no jogo contra o Cruzeiro dos volantes Marcelo Oliveira e Marcelo Mattos, além da provável liberação até o fim desta semana de Carlos Alberto, que teria de cumprir mais seis meses de suspensão por ter adulterado a idade, deixam claro que Vampeta é que precisa do Corinthians.
"Olha, eu sou sincero. Se depois de quatro semanas de treinamento o Vampeta não estiver bem, eu dou a mão para ele, nos cumprimentamos e as nossas vidas seguem. Cada um no seu caminho", disse o técnico Paulo Cesar Carpegiani.
Renato Lotufo, fisiologista do Corinthians, explica como pretende trazer Vampeta de volta ao futebol profissional. E faz um alerta: o sucesso da empreitada depende mais do jogador do que da ciência. "Eu vou fazer o possível para ajudar. Vamos usar o que existe de mais moderno na fisiologia do esporte para colocar o Vampeta de novo no Corinthians. Só que se ele não se aplicar mais do que um menino, não volta. Suplementos, energéticos, exercícios específicos em aparelhos de última geração, tudo isso é excelente. Mas se ele beber, não dormir, não comer direito, não vai adiantar nada. Sua vida tem de ser regrada como a de um jogador em início de carreira.
