Estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que o custo unitário em dólares da mão-de-obra industrial disparou 33,7% em 2005. Segundo informou a CNI, os principais responsáveis pelo aumento do índice foram a valorização do real ante a moeda norte-americana, a alta de 1,1% do custo real médio com salários, e a queda de 1,4% da produtividade do trabalho. De acordo com a pesquisa, divulgada hoje, o custo do trabalho cresceu no ano passado, em reais, 2,5% no mesmo período, o primeiro aumento no qüinqüênio 2001-2005.

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Somente nos últimos três anos, o custo unitário do trabalho em dólar teve um acréscimo de 60%, o que afeta negativamente a competitividade dos produtos brasileiros no cenário externo. Na avaliação da CNI, para compensar a desvantagem, "as empresas deverão empreender um esforço ainda maior na busca pelo aumento da produtividade e/ou redução do custo real com salários".

O índice da entidade é medido como o custo com mão-de-obra para produzir uma unidade do produto, e é utilizado para analisar a evolução da competitividade da indústria em diferentes países. O custo do trabalho é determinante para o aumento do custo de produção e afeta, assim, o preço final das mercadorias. "Supondo-se que os demais custos de produção permaneçam inalterados, o aumento do custo do trabalho eleva o custo de se produzir no Brasil em relação a outros países", explicou a CNI.

A longo prazo, além da valorização do real, o que mais preocupa a indústria no aumento do custo de produção é a redução de produtividade do trabalho, que foi de 1,4% no ano passado. No acumulado dos últimos cinco anos, a produtividade da indústria brasileira cresceu apenas 3,4%. "Esse fraco desempenho corrói o ganho acumulado na década de 90 e compromete o vigor das exportações no futuro", afirmou o estudo.

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