Valério pagou débito do PT de R$ 10,5 mi em conta nas Bahamas, diz Zilmar

Zilmar Fernandes da Silveira, sócia de Duda Mendonça que está depondo neste momento na CPI Correios, contou na madrugada de hoje à Polícia Federal na Bahia, onde prestou depoimento, ter recebido, por intermédio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, a quantia de R$ 10,5 milhões referente a dívidas do PT com a empresa CEP (Comunicação e Estratégia Política Ltda), que ela tem em sociedade com o publicitário Duda Mendonça, por serviços de propaganda na campanha eleitoral de 2002.

Nesse depoimento à PF, Zilmar explicou que, para receber o dinheiro, teve de abrir uma empresa nas Bahamas (de cujo nome ela diz não se recordar, mas que talvez se chame Düsseldorf), e que essa empresa, que é uma off-shore, foi constituída exlusivamente com a finalidade de receber o pagamento da dívida do PT. Ela explicou que a campanha feita pela CEP para o PT custou R$ 25 milhões.

Desse total, até dezembro de 2002, o partido tinha pago apenas R$ 13,5 milhões. Segundo ela, a maior parte dos cheques referentes a esses pagamentos foi emitida pelo Diretório Nacional do PT, através do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.

Mas a CEP ficou ainda com um crédito de R$ 11,5 milhões junto ao PT. Delúbio, então, segundo depoimento de Zilmar, mandou que ela entrasse em contato com Marcos Valério, a quem ela diz que não conhecia na época, para recebimento de R$ 900 mil.

Valério, então, lhe pediu que se dirigisse à tesouraria da agência do Banco Rural, na Avenida Paulista, em São Paulo, para receber esse valor que, segundo ela, foi pago em três parcelas de R$ 300 mil em espécie. A primeira delas ocorreu em 24 de feve reiro de 2003 e as outras duas, em dias subseqüentes.

Zilmar disse também à PF que, em fevereiro de 2003, recebeu um telefonema de Marcos Valério informando que seria efetuado o pagamento da parte restante do débito de R$ 11,5 milhões do PT, mas condicionou esse pagamento à abertura de uma conta bancária no exterior.

Zilmar disse que apenas ela, Duda Mendonça e Marcos Valério tinham conhecimento dessa conta no exterior. Explicou ainda que, em 2003, a CEP fez mais uma campanha para o PT, ao custo de R$ 7,334 milhões e que, em abril daquele ano, O PT pagou R$ 500 mil, sacados em dinheiro no Banco Rural. Outros R$ 3,6 milhões foram recebidos diretamente de Delúbio Soares.

Segundo Zilmar, no fim de 2003 foi quitado todo o débito do PT referentes aos serviços prestados em 2002 e 2003. Ela disse, também, que "a participação de Valério restringiu-se ao ano de 2003 no pagamento de débitos do PT".

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