O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza divulgou nota no início da tarde de hoje na qual reafirma que "nunca pediu ou autorizou a inutilização" de qualquer documento da DNA Propaganda. Ele disse também que "não tem qualquer relação" com a gravação da conversa entre o ex-carcereiro Marco Túlio Prata e seu irmão, o contador Marco Aurélio Prata, que presta serviços para o empresário e as empresas das quais é sócio.
As gravações telefônicas realizadas com autorização judicial revelam a montagem de uma operação para destruir documentos da agência. Os integrantes da CPI mista dos Correios devem votar hoje requerimento solicitando a prisão preventiva de Marcos Valério. Os parlamentares suspeitam que ele estaria ordenando a destruição das eventuais provas que possam comprometê-lo ou dificultar as investigações.
O empresário disse que não conhece o ex-policial Marco Túlio Prata e que tomou conhecimento pela imprensa de que ele é irmão do contador, sócio do escritório Prata e Castro Associados.
No comunicado, Marcos Valério afirma ainda que seus sócios na SMPB Comunicação e DNA são também responsáveis pelas operações financeiras realizadas pelas agências. Citando os contratos sociais das empresas, ele destacou que "em cada cheque emitido pelas agências devem constar as assinaturas de, pelo menos, dois sócios".
A afirmação foi feita um dia depois de a SMPB admitir que fez doações "não oficiais" para partidos e políticos em campanhas eleitorais a partir da entrada de Marcos Valério na sociedade, em 1996. A agência afirmou que as doações "não contabilizadas" foram conduzidas pelo empresário – acusado de ser o operador do suposto mensalão no Congresso – e ele é que deveria dar explicações a respeito.
Na nota à imprensa, Marcos Valério afirma que "não é o único responsável pelas empresas das quais participa como sócio". "As empresas funcionam através da responsabilidade solidária e, portanto, eventuais questionamentos também devem ser feitos aos demais sócios", ressaltou.